Política

O filho não pode pagar pelo pai, diz Araújo sobre Cacá Leão

Publicado em 13/03/2015, às 07h15   Redação Bocão News (@bocaonews)


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O deputado federal José Carlos Araújo (PSD-BA) foi escolhido para presidir o Conselho de Ética da Câmara após vencer o parlamentar indicado pelo presidente da Casa Arnaldo, Faria de Sá, PTB-SP, por 13 votos a oito. É a terceira vez que ele comandará o colegiado. 
Com posição estratégica, o conselho deve julgar os parlamentares envolvidos no esquema de corrupção que sangrou os cofres da Petrobras e ficou conhecido em Brasília como Petrolão. Dos 47 inquéritos abertos contra políticos no Supremo Tribunal Federal, 22 são sobre deputados e podem ser analisados pelo colegiado.
No discurso após ser eleito, José Carlos Araújo pregou a independência da atuação do colegiado e uma mudança no Regimento: que o Conselho de Ética, a exemplo do que acontece nas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), tenha o poder de convocação dos depoentes. Atualmente, a única possibilidade de ouvir as testemunhas é por meio de convite, quando não há a obrigatoriedade de comparecimento. "Nós temos de ter poder de intimidar e trazer aqui quem tem de depor. Hoje é um atraso muito grande: a gente convida, o cidadão não vem e não traz explicação. Esse é um passo importante que o conselho precisa ter", disse.
No ano passado, o Conselho de Ética da Câmara foi responsável por abrir o processo que culminou na cassação do deputado André Vargas (ex-PT), o primeiro deputado flagrado em negociatas com o doleiro Alberto Youssef, pivô da operação Lava Jato.
Entre os membros do Conselho de Ética estão dois deputados que, indiretamente, aparecem na operação da Polícia Federal. Cacá Leão (PP-BA) é filho do vice-governador da Bahia João Leão (PP), que afirmou estar "cagando e andando" após denúncias de que recebeu dinheiro de corrupção. O suplente Covatti Filho (PP-RS) também teve o pai, o ex-deputado Vilson Covatti, envolvido no escândalo.
O presidente do conselho preferiu não opinar sobre a necessidade do afastamento desses parlamentares: "Aqui nós não temos a presença de um citado. O filho não pode pagar pelo pai", disse Araújo.
José Carlos Araújo foi relator do processo que cassou o mandato do deputado-presidiário Natan Donadon (RO).
Com informações da Veja Online. 

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