Política

Oposicionistas querem interdição do Zoológico de Salvador

Publicado em 28/03/2015, às 11h26   Victor Pinto (Twitter: @victordojornal)


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Pontos com sujeira, acústicas e iluminações inadequadas, espécies de plantas exóticas e venenosas de fácil acesso dos animais, bichos em espaços reduzidos... Essas foram algumas das irregularidades constatadas pela comitiva de deputados da oposição que esteve hoje pela manhã no Jardim Zoológico de Salvador, situado no Alto de Ondina, vizinho a residência oficial do governo. Os oposicionistas, em conversa com a equipe do Bocão News, garantiram que vão pedir a interdição do espaço.
O deputado Marcell Moares (PV), presidente da Comissão de Meio Ambiente, foi o principal articulador da visita e guiou os colegas no trajeto. Estiveram juntos os deputados Luciano Simões (PMDB); Leur Lomanto Jr (PMDB); Adolfo Viana (PSDB) e o líder da oposição, Sandro Régis (DEM).
“Os deputados comprovaram as denúncias, pois os animais estão sofrendo de maus tratos, pois os visitantes podem dar alimentação tóxica sem fiscalização, vemos que em alguns locais as estruturas estão inadequadas. É lastimável isso e espero que o Ministério Público interdite essa vergonha pelo bem dos animais para que as adequações sejam feitas”, disse Moraes.
Viana ressaltou que existem trajetos com vidros quebrados, mal conservados e que uma reforma precisa ser feita. “Tem que ter uma reforma, do jeito que está não pode continuar”, afirmou o tucano.
O deputado Leur Lomanto, ex-presidente da Comissão de Meio Ambiente, ressaltou que existem indícios de irregularidades na construção do aviário e as pessoas e empresas responsáveis serão chamados para prestarem esclarecimentos. “Eu fiquei chocado com o que vi. Isso é uma vergonha se comprado a outros estados. Constatamos as denúncias. A construção do espaço das aves foi doado um valor de R$ 3 milhões para edificação de 3 mil metros quadrados e não vimos isso aqui. Vamos averiguar isso”, contou.
Ribeiro também destacou a fiscalização nas obras em andamento. “Queremos pressionar o governo para tentar tornar o Zoológico de um espaço de convivência da polícia baiana”, discorreu.
Os parlamentares governistas, membros da Comissão, não participaram da visita, fato criticado pelo líder Sandro Régis. “A Comissão requereu no plenário a votação para articular esse encontro com todos e hoje constatamos porque os deputados não quiseram participar. Realmente a situação que vimos aqui é deplorável. Sentimos uma falta total de organização”, criticou.
Também conhecido como Parque Zoobotânico Getúlio Vargas, o zoo soteropolitano tem 57 anos.  Foi criado em 1958, conforme decreto estadual nº 17.481. Parte dos 700 mil metros quadrados totais do terreno é ocupado por 250 mil metros quadrados de vegetação. A responsabilidade pela manutenção do espaço é do governo do Estado através da secretaria do Meio Ambiente, esta sob a tutela de Eugênio Splenger. 
Visitantes reclamam de falta de animais em Zoológico
A principal reclamação dos visitantes do local é a falta de bichos. Um grupo de aposentados, por exemplo, afirmou que sempre visita o Zoológico e garantiu que teve uma melhora nos últimos anos em sua estrutura. Hebert, Hugo e Fernando Carvalho são três irmãos, moradores do bairro de Brotas, e todos só apontaram como único defeito da área a pouca quantidade de animais.
“Para ser sincero sempre gostei daqui e sempre venho. Nunca vi maus tratos e nem acho os animais maus zelados. A gente vem passear, conversar e nós percebemos que houve uma melhoria nos últimos três anos para cá”, garantiu Herbert. 
A comerciante Balbina Santos, que tem 25anos de serviços no Zoológico, reforçou a fala dos visitantes. Ela afirmou que grande parte do público que consome no local reclama da falta de animais. “Eu só sinto uma queda de frequência no público, mas a estrutura está conservada, em comparação com que tinha aqui.”, declarou.
“As pessoas acham que os animais passam fome, porque não chegam a vê-los comendo. Mas eles recebem alimentação certinha. Eu vejo todo dia”, completou.
Inema não responde contato
O Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), órgão ligado a Secretaria de Meio Ambiente, foi procurado pela equipe de reportagem através da assessoria de comunicação para prestar maiores esclarecimentos, mas até o fechamento da matéria não retornou contato.  

Nota originalmente postada dia 27

Classificação Indicativa: Livre

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