Política

Projeto da Linha Viva chega à Câmara; ‘Uma temeridade’, dispara Aladilce

Publicado em 02/04/2015, às 06h19   Aparecido Silva (Twitter: @CydoSylva)


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O prefeito ACM Neto enviou à Câmara de Vereadores nessa quarta-feira (1º) o projeto que trata da implantação da Linha Viva, uma via expressa que deve ligar o Acesso Norte à Estrada CIA-Aeroporto (BA-524), seguindo paralelamente à Avenida Luis Viana Filho, com extensão de 17,70 km de pista dupla, com três faixas de tráfego por sentido. Segundo o líder do governo no Legislativo, o vereador Joceval Rodrigues (PPS), a matéria seguirá todos os trâmites, assim como foi feito com a outorga onerosa.

“Nenhum projeto será votado atropelando os trâmites da Casa, vamos começar a conversar. Faremos reuniões dos vereadores com os secretários envolvidos no projeto, ouvindo os envolvidos, iremos analisar os pontos e o primeiro ponto de parada deverá ser a Comissão de Constituição e Justiça, para depois ser levado à Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente”, explicou Joceval.  

Em conversa com a reportagem do Bocão News, o presidente da Comissão de Planejamento Urbano, o vereador Arnando Lessa (PT) o projeto vem sendo aguardado desde 2013. “É uma via urbana pedagiada, coisa nova na cidade, porém polemica. Porque passa por baixo de linhas de alta tensão da Chesf, terá muitas desapropriações”, pontuou.  “Vamos esgotar exaurir ao máximo o debate popular, ouvir os setores envolvidos direta e indiretamente”, prometeu Lessa, que assinalou o que considera um fato curioso: “Vamos ouvir Saramandaia e Alphaville, dois extremos que se posicionaram contra a via. Um lado, classe alta, outro classe baixa”. Ainda de acordo com o presidente do colegiado, na próxima terça-feira (7), o projeto já será debatido na comissão de planejamento urbano.

Declaradamente contra o projeto, a vereador Aladilce Souza (PCdoB) afirma que a proposta da Linha Viva não tem a liberação do Ministério Público e não está previsto no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU). “Ele estava fazendo um PDDU à revelia do que determina a própria legalidade. Existe um TAC [Termo de Ajustamento de Conduta]  que ele assinou e deveria fazer um novo PDDU como manda o estatuto da cidade. Isso é um processo que está em curso e ao mesmo tempo manda projetos que altera o próprio PDDU, como a outorga onerosa e Fundurbs. Isso pode levar a judicialização. Não vamos permitir que vá adiante sem ter uma discussão mais ampla. Ele não convoca o conselho da cidade para discutir”, criticou Aladilce.

“Sou contra a linha, pois não há necessidade de uma via de alta velocidade com dez praças de pedágio cortando a cidade. Já estamos tendo diversas intervenções na Paralela que vai melhorar o trânsito”, afirmou, para disparar em seguida ao falar da isenção do imposto ISS na construção: “É um absurdo, as empresas já vão explorar pedágio. A prefeitura não pode abrir mão de arrecadação assim. Uma temeridade, um projeto que tem apenas a intenção de projetar ACM Neto”.

Publicada no dia 1° de abril de 2015, às 12h34

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