A denúncia do Tribunal de Contas da União que aponta um desvio de R$ 166 milhões nas obras do Metrô de Salvador em 1999, durante a gestão do ex-prefeito e atual deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB) serve, segundo o deputado federal baiano Afonso Florence (PT), para desmitificar a ideia criada de que apenas os petistas são investigados. A acusação do Ministério Público Federal (MPF) apontou que empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras foram responsáveis pelo sobrepreço da obra e indiciou gestores de confiança do ex-prefeito tucano.
"Já tivemos Imbassahy como prefeito e como presidente da Eletrobras, como prefeito tivemos muitas denúncias", apontou o petista, colega do deputado na Câmara Federal e na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Aliás, Florence diz que no colegiado que investiga o caso de corrupção na estatal há uma dificuldade de se convocar pessoas investigadas pela Lava Jato que possam ligar políticos da oposição, a exempo do PSDB, ao esquema do Petrolão.
"Nesse momento o PSDB forma maioria com o PPS, DEM... Ali ao invés de investigar, se cria fato politico para atingir o PT. Até hoje só ouvimos José Sérgio Gabrielli, Graça Foster, Pedro Barusco, querem levar o Vaccari. Mas não estamos conseguindo levar o Fernando Baiano, o Careca, o Meirelles, o Alberto Yousseff, que de certa forma podem chegar ao pessoal da oposição", explicou o parlamentar petista em conversa com o Bocão News, que já havia demonstrado em outra ocasião sua preocupação com a contaminação política dos trabalhos da CPI, onde é membro titular. "O discurso da oposição é que atos de petistas são sempre de petistas e que os não petistas são inocentes e com essa denúncia do TCU sobre Imbassahy isso cai por terra", alfinetou. "Agora, ele vai ter que se explicar. E é claro que vai ter direito de defesa", pontuou.
