Política

Rui Costa diz que Vaccari não é com ele e deputados defendem investigação

Publicado em 15/04/2015, às 12h54   De Brasília, Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves)


FacebookTwitterWhatsApp

Em agenda política na capital federal na manhã desta quarta-feira (15), o governador Rui Costa não comentou a prisão do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso em casa no início da manhã, na 12ª etapa da Operação Lava Jato. Segundo ele, o momento era de cuidar de articulações parlamentares em Brasília e que cuidar da agenda de investigações não é papel do governador.

“Como Flávio Dino [Maranhão] disse, os governadores têm que tratar da agenda política, da agenda econômica, agenda interesse da população, não a agenda das investigações. Esta cabe ao Ministério Público, à Polícia Federal e à Justiça. Acho que nós temos que cuidar do país, cuidar da população e não podemos ficar pensando e cuidando só da agenda das investigações. O Brasil não pode parar e a população precisa que o país ande, que a economia ande e que gere emprego”, afastou o petista.

Por outro lado, deputados federais do partido presentes à reunião da bancada nordestina falaram ao Bocão News sobre o assunto e, em comum, manifestaram que a legenda tem defendido que haja a investigação plena das denúncias. Portanto, no consenso petista baiano, a prisão de Vaccari não muda este movimento em nada.

O ex-prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, disse esperar que todos os tesoureiros de partidos que receberam doações oficiais – a exemplo do PSDB, DEM e PMDB – das empresas envolvidas na lava jato sejam interrogados na CPI da Petrobras, como Vaccari foi na última semana. “O PSDB, em 2010, recebeu mais recursos que o PT. Em 2014, recebeu um pouco menos. Mas é importante que todos sejam ouvidos pela CPI para que a gente possa passar o Brasil a limpo”.

Já Waldenor Pereira disse que recebeu a notícia com surpresa pela manhã especialmente por causa da participação do tesoureiro na CPI. O conquistense frisou que a “grande imprensa e setores mais conservadores” têm imposto uma agenda negativa ao partido “a qualquer custo”. “A população brasileira vem acompanhando e percebendo que há toda uma orquestração, uma tentativa de desgastar o nosso partido e, por consequência, também o nosso governo”, denunciou.

Em uma perspectiva mais esperançosa, Moema Gramacho afirmou que, por enquanto, a prisão trata-se apenas de esclarecimentos relativos à investigação, o que permite a defesa do correligionário. A deputada afirma que o PT, internamente, está convencido de que seu tesoureiro não praticou ilícitos e defende que a ocasião é mais um exemplo de que o Governo Dilma não impede apurações.

“Considero que o PT tem proporcionado que o Brasil seja passado a limpo. A presidenta Dilma não está engavetando nada. Liberou todas as condições de funcionamento de Polícia Federal, Procuradoria [de Justiça], CGU. Todos os órgãos públicos hoje funcionam em prol da transparência e da lisura. É um momento, inclusive, de fazer com que não fique pedra sobre pedra. Porque sempre vemos aí quem atira pedras e não poderia atirar. Então, que se investigue tudo”, apelou.

Por fim, Valmir Assunção admitiu que, de sua parte, já esperava que em algum momento o tesoureiro petista fosse preso devido ao seu envolvimento, o que não lhe causou particular surpresa ao acontecer de fato. O parlamentar disse esperar ao menos uma explicação oficial do partido sobre os fatos que levaram Vaccari à prisão.

Ele argumentou também que qualquer decisão relativa a retirar o tesoureiro de sua função está nas mãos do Diretório Nacional, que deve deliberar sobre o tema neste fim de semana em reunião. “Eu não faço parte do diretório do partido. Ele [Vaccari] disse que tinha apoio de 100% do diretório. Eu tenho a compreensão de que, já quando foi indiciado, era bom se afastar, até para poder ter condições de fazer a defesa.”

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp