O ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, pediu desculpas ao reconhecer a existência de corrupção entre funcionários da estatal no período em que esteve no comando entre 2005 e 2012, que rendeu um prejuízo aos cofres da empresa de R$ 6,2 bilhões.
O baiano, em entrevista ao jornal Estadão, disse não ter visto a divulgação do balanço, mas que leu depois a respeito e relativizou as declarações do atual presidente da Petrobras, Aldemar Bendine. "Ele diz de forma explícita que o que aconteceu foi uma relação de ex-funcionários da Petrobras com as empreiteiras e as transações que levaram a a isso ocorreram fora da Petrobras. Tanto é que o sistema de contabilidade não consegue capturar", afirmou.
Ao ser informado de que Bendine pediu desculpas pelo ocorrido na empresa, pegou carona e também se desculpou. "Até eu peço desculpas, porque criou-se uma situação que ninguém podia imaginar. Se tem um diretor que confessa o que fez, tem que pedir desculpas, é lógico", admite.
Gabrielli também afirma não ter como afirmar que a corrupção ficou restrita às áreas dos diretores já presos na Lava Jato. O ex-presidente também negou ter suspeitado da existência de superfaturamento nos contratos na época. "Tem uma variável aceitável de -15% e +20% sobre o valor do orçamento. É um intervalo grande, mas essa é a prática usual de projetos complexos e sob encomenda", explicou.
Nota originalmente postada dia 24
