As acusações do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef contra a Odebrecht apontam para uma armação que visa atingir de forma intencional a empreiteira. Esta é análise feita pela advogada da Odebrecht, Dora Cavalcanti, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Na avaliação dela, não há provas de que a Odebrecht tenha pago propina ou integrado cartel. “Isso pode ser um grito de desespero ou uma armação maior”, avaliou. A advogada lembrou ainda que após o Supremo libertar nove executivos da Lava Jato o doleiro Youssef afirmou ter recebido representantes da Odebrecht. “Nós estamos num cenário da verdade de Emília do Monteiro Lobato, que é a mentira bem contada. O cara vai ajustando o que diz e não há contraponto”, observou.
“A delação a conta gotas não pode ser admitida. Nenhum sistema permite que as versões do delator sejam ajustas”, acrescentou. “É espanto que se continue a dar qualquer valor à palavra de Youssef. Achar que ele fala a verdade depois de dez anos de ruptura? Isso é inadmissível”, pontou, na entrevista.
Publicada no dia 1º de maio de 2015, às 12h