Quando o assunto é contenção de encostas, não é só Salvador que não executa obras para evitar tragédias como a das últimas semanas, que já contabilizaram um saldo de 19 mortos por conta de deslizamentos de terras provocados pelas fortes chuvas que castigam a capital baiana.
Reportagem do jornal Folha de S. Paulo mostra que entre 2007 e 2015, somente 15% dos R$ 2,3 bilhões disponibilizados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para combater deslizamentos foram usados por Estados e municípios.
Reproduçã / Folha de S. PauloO dinheiro gasto nesse período, por meio de convênios com a União, limitou-se a R$ 340 milhões - menos que um estádio da Copa como a Arena das Dunas, em Natal, que custou R$ 400 milhões. O problema esbarra na burocracia, ausência de projetos e morosidade das obras. Governo do Estado e prefeitura de Salvador só gastaram 4% do montante até o momento.
O Bocão News mostrou que o governo da Bahia capitalizou R$ 156 milhões e a prefeitura R$ 155 milhões, recursos federais para obras em 155 localidades, que não chegaram a ser executadas na totalidade. A administração estadual, que anunciou a de 98 encostas na capital baiana, concluiu apenas seis. A prefeitura, que captou recursos para 20 declives, concluiu dois. Só na capital baiana há 600 encostas consideradas de risco.
O Ministério das Cidades diz que os pagamentos do PAC são feitos conforme a evolução das obras contratadas por gestões municipais e estaduais. Afirma que, na época da apresentação de propostas para áreas de risco, a maioria dos Estados e municípios não tinha "estoque de projetos em condições de contratação e pronto início das obras".
Ao diário paulista, o secretário de Infraestrutura de Salvador, Paulo Fontana, afirmou que as obras não estão mais adiantadas porque projetos licitados em gestão anterior tiveram de ser refeitos. O governo da Bahia afirma que as obras estão dentro do prazo e serão entregues até novembro de 2016.
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