Política

Toma lá, da cá: Dilma acena com mais cargos para o PMDB

Publicado em 19/05/2015, às 11h18   Redação Bocão News (twitter: @bocaonews)


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Como afirmou o ex-senador Pedro Simon, em passagem por Salvador na semana passada, o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) está perdido e sem saber o que fazer. Por conta disso, a líder nacioanl entregou a articulação política ao vice-presidente e presidente do PMDB, Michel Temer. 

Sinalizou Simon em entrevista ao Tribuna da Bahia: "As nomeações estão com ele [Temer], e estão saindo ao montão, e nunca, em toda a crise que estamos atravessando, nunca vimos tanto troca-troca de governo, vota e ganha Ministério, vota e ganha cargo, como está acontecendo agora".

Pois bem, uma operação que envolveu boa parte do primeiro escalão do governo, nesta segunda-feira (18), terminou com a promessa, nos bastidores, de mais cargos ao PMDB. O Planalto sugeriu, publicamente, que o tamanho dos cortes orçamentários depende do Congresso Nacional. Basta que o fim das desonerações na folha de pagamento, um dos mais importantes itens do ajuste fiscal, seja aprovado pelos parlamentares e aplicado em 2015.

Reportagem da revista Veja mostra que o governo colocou essas cartas na mesa após a Câmara mudar, nas duas últimas semanas, as medidas provisórias que restringiam acesso a direitos trabalhistas (MP 665) e previdenciários (MP 664). Com as alterações, a economia do ajuste fiscal prevista com as MPs caiu de R$ 18 bilhões para R$ 14,5 bilhões anuais. Ao tentar manter a essência do texto do projeto de lei sobre as desonerações, Dilma tenta economizar mais R$ 6 bilhões neste ano.

O governo negocia com o PMDB o comando da Companhia Docas no Rio (que administra os portos do Estado) em troca da manutenção do texto da desoneração. O relator do projeto é o líder da bancada do partido na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ). Fiel escudeiro do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Picciani queria adiar para 2016 o fim das desonerações. A justificativa era a de que empresas precisariam se adaptar.

No encontro segundo, ele foi demovido após reunião de mais de uma hora com Michel Temer, ministros e senadores. Até o titular da Fazenda, ministro Joaquim Levy, falou com Picciani. Ajuste fiscal deve ser garantido com aumento de impostos. 

O líder do PMDB topou aplicar o fim das desonerações neste ano, mas ressaltou que vai propor o escalonamento do aumento dos tributos aos empresários. O texto enviado pelo Executivo, entre outros pontos, prevê o aumento das alíquotas de recolhimento das empresas incluídas no regime de desoneração de 1% para 2,5%, principalmente para setores da indústria, e de 2% para 4,5%, para setores de serviços. São esses índices que Picciani pretende escalonar.

Até a bancada do PT na Câmara encampou o discurso de que só o ajuste fiscal não será suficiente para a recuperação da economia. Os petistas cobram do Palácio do Planalto o lançamento de uma agenda positiva que se contraponha à retenção de despesas.

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