Política

Eduardo Cunha tenta manobra para salvar financiamento privado

Publicado em 27/05/2015, às 19h12   De Brasília, Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves)


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Se foi derrotado em plenário e perdeu em duas mudanças substanciais que desejava na reforma política, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), parece não aceitar o fato e tenta uma manobra de última hora. A partir da quebra de um acordo, ele tenta salvar a constitucionalização das doações privadas a partidos políticos.
A iniciativa foi anunciada pelo deputado ao início da continuação das votações relativas à reforma e causou revolta nos opositores à ideia. Segundo ele, o que foi votado nesta terça-feira foi o financiamento privado a partidos e candidatos. Agora, trata-se da votação de doações apenas para partidos, a partir de proposta do relator Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Na terça, Cunha havia dito que não votaria a sugestão de Maia, o que ocorreu porque o presidente não imaginou que seria derrotado. Com o contratempo, mudou de ideia e ainda pode emplacar a medida, que põe na Constituição a permissão de financiamento eleitoral por pessoas físicas e jurídicas.
Para viabilizar a virada de mesa, caciques de partidos estão movimentados neste momento para reverter votos negativos ontem. Por parte do PMDB, o vice-presidente Michel Temer está dedicado a convencer os 14 “traidores” que auxiliaram a derrota de Cunha. Segundo as primeiras informações, a reversão de votos já alcançaria 50 de 50 deputados, o suficiente para aprovar o financiamento.
Na madrugada desta quarta, o plenário derrotou Cunha por 267 votos contra 210, além de 4 abstenções. A esperança dos partidos contrários ao financiamento empresarial é movimentar as bases por meio das redes sociais e “assustar” os deputados. Segundo argumentos dos petistas, trata-se, além de um golpe legislativo, uma formal quebra de acordo de votação apenas apoiado em um desejo personalista de Eduardo Cunha.

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