Política

Márcio Marinho “apoia” mulheres, mas não vota cota na reforma política

Publicado em 16/06/2015, às 23h06   De Brasília, Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves)


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A cota de mandatos para as mulheres que a bancada feminina na Câmara desejava criar na reforma política foi rejeitada nesta terça-feira (16) por falta de votos. Eram necessários 308 votos para aprovar emenda na PEC 182/207, mas apenas 293 votos foram a favor do texto.
O curioso é que, destes 15 votos que faltaram, estavam deputados que declararam apoio à causa, mas se juntaram aos 53 parlamentares que se abstiveram do pleito no plenário. Um deles é o baiano Márcio Marinho (PRB-BA). O deputado manifestou apoio à causa e inclusive gravou um vídeo com um tstemunho pelo aumento do número de mulheres em Brasília, mas não votou no final.
No site oficial da campanha “Mais Mulheres na Política”, Marinho aparece ao lado dos parlamentares Afonso Florence (PT-BA), Bebeto Galvão (PSB-BA), Daniel Almeida (PcdoB-BA) e Waldenor Pereira (PT-BA) entre os homens que declararam apoio à causa das mulheres com um vídeo. Os outros quatro, porém, registraram voto a favor da cota.
O exemplo de Marinho, porém, não foi o mais contraditório na ocasião. Dois deputados declararam apoio e, no final, votaram contra a causa: Anibal Gomes (PMDB-CE) e Diego Garcia (PHS-PR). Já uma deputada da bancada feminina – este o caso mais curioso – votou contra: Magda Mofatto (PR-GO). Outras cinco deputadas se abstiveram do pleito.
O texto previa uma espécie de reserva de vagas para as mulheres nas próximas três legislaturas. Na primeira delas, de 10% do total de cadeiras na Câmara dos Deputados, nas assembleias legislativas estaduais, nas câmaras de vereadores e na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Na segunda legislatura, o percentual subiria para 12% e, na terceira, para 15%.
As vagas deveriam ser preenchidas pelo sistema proporcional. Se a cota não fosse preenchida, seria aplicado o princípio majoritário para as vagas remanescentes. O início da movimentação pela cota no Parlamento começou com uma “pedida” de 50% de vagas. Como a possibilidade dos homens aceitarem a reivindicação era mínima, as parlamentars pleitearam uma reserva de 30% que, na última hora, caiu para 15%.

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