Política

Camargo Corrêa pagou R$ 2,8 mi a réu por estelionato, diz jornal

Publicado em 17/06/2015, às 06h27   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Alvo da Operação Lava Jato, a empreiteira Camargo Corrêa pagou R$ 2,75 milhões a título de consultoria a uma empresa cujo dono é réu em ações que correm na Justiça Federal por contrabando, estelionato, lavagem de dinheiro, sonegação de impostos, falsificação de cigarros e de selos de IPI (Impostos sobre Produtos Industrializados), formação de quadrilha e falsidade ideológica, de acordo com informações publicadas pela Folha.
Ainda de acordo com o jornal, a EML Consultoria Empresarial, que recebeu o montante da empreiteira, é uma das empresas de Luiz Antonio do Valle de Lima. Firma de um homem só, segundo a Receita, a EML recebeu o pagamento da Camargo um dia após o Natal de 2013, segundo laudo da Polícia Federal. A suspeita dos delegados da PF e de procuradores que atuam na Lava Jato é que o montante serviu para o repasse de propina –o que tanto a Camargo Corrêa quanto a EML negam. Delatores da própria Camargo apontaram que a empreiteira pagou um total de R$ 67,7 milhões a duas empresas que não prestaram serviço algum à empreiteira –os recursos foram usados para pagamento de suborno em contratos da Petrobras.
A publicação afirma também que o endereço citado no registro da empresa que recebeu os R$ 2,75 milhões da Camargo Corrêa é vago. Ela fica na zona rural do município de Matias Bastos (MG), no quilômetro 812 da BR 040, estrada que liga o Rio a Juiz de Fora (MG). O telefone que aparece no registro é de um contador deste município. Nem a prefeitura de Juiz de Fora, que fica ao lado da cidade onde a EML foi registrada, conseguiu encontrar a empresa. Um aviso publicado em 2011 no "Diário Oficial" do município registra que os Correios não conseguiram achar a empresa para a entrega de uma multa de R$ 191,54 para um de seus
Ao jornal, a empreiteira Camargo Corrêa disse em nota que "está colaborando com as investigações e que prestará os esclarecimentos necessários às autoridades competentes". Dois executivos da cúpula da empreiteira quando a Lava Jato foi deflagrada, em março de 2014, fecharam acordos de delação premiada com os procuradores e a Polícia Federal para tentar obter pena menor ao final do processo. São eles o ex-presidente e o ex-vice-presidente da empreiteira, Dalton Avancini e Eduardo Leite. O ex-presidente do conselho da empreiteira, João Auler, preferiu não fazer acordo. 

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