Ktech vendia para prefeituras software de R$ 3 mil por R$ 400 mil

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O superfaturamento com verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) que a Ktech Key Technology Gestão e Comércio de Software Ltda se beneficiava era vendido para as prefeituras por até R$ 400 mil. No mercado, o preço de um programa como esse não ultrapassa os R$ 3 mil.

A Ktech vendia para mais de 20 municípios baianos o Projeto Ensino Digital, composto pelo Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (Siga), que, segundo o dono da empresa, Kells Mendes, faria a informatização de toda a rede municipal de ensino, com controle de notas, de faltas, de matrículas, dos anos letivos e avaliação do corpo docente. “São mais de 400 módulos de consultas e registros. A outra parte pedagógica é a implantação de um software que permite a criação de aulas multimídias. Essas aulas trabalhamos com todas as matérias: português, geografia, história, matemática e até educação física. Além disso é feita a capacitação dos professores e disponibilizamos um portal para o município divulgar o que está acontecendo para o Brasil e para o mundo”, disse.

Ainda segundo o empresário, o programa atendia, em 2013, 65 mil alunos só no estado da Bahia e mais de 2,7 mil professores foram capacitados. A empresa deveria, ainda, implantar cursos profissionais básicos para a comunidade. Tudo relatado pelo dono da empresa, mas segundo a Polícia Federal, nada disso ocorreu. “Paralelamente, implantamos 31 cursos profissionais básicos para a comunidade. São cursos básicos: de administração, de contabilidade, RH, informática, Web design, terceira idade, kids informática, secretariado, marketing e inglês. Todos esses cursos ficam disponíveis para a comunidade de onde está implantado o ensino digital”, explicou Kells.

Kells Mendes ainda brincou com o futuro de muitos jovens que poderiam, de fato, serem qualificados com os R$ 57 milhões desviados. “Vocês jovens que aqui estão, futuramente, serão empresários, médicos, advogados, deputados, senadores e até presidente da República, quem sabe, neste País”, disse o empresário, durante audiência pública na Alba.

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