O Ministério Público Federal reuniu farto material contra o empreiteiro e presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, que levou à denúncia contra o mesmo nessa sexta-feira (24) pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Procuradores do MPF tiraram as provas das próprias anotações do empresário, além de ligações telefônicas e mensagens de celular que foram detalhados. Os investigadores apontaram, inclusive, que o baiano elaborava um plano B: fugir do país.
O indício foi uma anotação na qual surge a expressão "tática Noboa". O MPF viu como uma referência ao caso de Gustavo Noboa, ex-presidente do Equador, que fugiu do país em 2003 diante de acusações de desvios de dinheiro numa renegociação da dívida externa.
Ainda nessa sexta, os procuradores denunciaram os dirigentes das maiores empreiteiras do país, além de Odebrecht, foi incriminado o dirigente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo. Entre as provas contra Otávio Azevedo está o fato de ele ter sido apontado por dois delatores, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, como um dos responsáveis por negociar com o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, a oferta de vantagens indevidas a integrantes do esquema. Num dos depoimentos ao MPF, Youssef afirmou que o primeiro contato para recebimento de propina dos contratos da Petrobras foi feito diretamente com Azevedo. Segundo o MPF, Fernando Baiano só foi alçado ao posto de operador de propina pela proximidade com Azevedo. “O vínculo entre Otávio e Fernando Soares”, segundo eles, é a compra por Baiano de uma lancha do empresário, avaliada em R$ 1,5 milhão. Outro documento apresentado pela denúncia é uma planilha apreendida na casa de Costa, que indicava dois contatos na Andrade Gutierrez: o próprio Azevedo e Flávio Machado Filho, um dos executivos da empresa.
Fonte: O Globo.
