Política

Obras atrasadas na Bahia podem chegar a custo de R$ 2 bilhões

Publicado em 05/08/2015, às 20h00   Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)


FacebookTwitterWhatsApp

Não somente 193 obras estão paralisadas no estado da Bahia. Em uma planilha obtida com exclusividade pela reportagem do Bocão News, a partir de dados do Diário Oficial, mostra que 341 intervenções estão paralisadas ou atrasadas no Estado. O valor delas pode chegar a R$ 2 bilhões. Todas foram iniciadas no governo Wagner e serão investigadas pela bancada de oposição da Assembleia Legislativa da Bahia, após instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) apelidada de “CPI da Wagareza”.

Das 341, 262 são obras de restauração e pavimentação de rodovias, implantação de adutoras, construção de quadras esportivas, drenagem de ruas, intervenções ambientais, construção de frigoríficos, construção de maternidade, de Serviço de Atendimento ao Cidadão, sistemas de abastecimento de água, construção de pontes, ciclovias, atracadouros e de cisternas.

Dentre elas, chamam a atenção as intervenções mais caras, como a da maternidade de Camaçari, no valor de R$ 23 milhõe; a construção do aeroporto de Vitória da Conquista, em R$ 65 milhões; do sistema de esgotamento sanitário em Lauro de Freitas, no valor de R$ 99 milhões; construção da Unidade de Oncologia do Hospital Regional de Juazeiro em R$ 14 milhões; e unidades prisionais em Salvador, Itabuna, Conquista, Barreiras, Irecê, Brumado, Juazeiro e Paulo Afonso no valor de R$ 150 milhões. Todas somam R$ 2,9 bilhões para 110 municípios. Porém, algumas obras em Salvador estão em andamento, o que corresponde a R$ 1,2 bilhão desse valor.

A condução das obras são de responsabilidade da Embasa, Companhia de Engenharia e Recursos Hídricos da Bahia (Cerb), Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Sudic), Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional,(CAR), Companhia de Desenvolvimento Urbano (Conder), Derba e Sucab. Esses dois últimos órgãos foram extintos e as obras direcionadas a outras companhias.

Ainda no levantamento, outras 28 obras são de responsabilidade direta da Conder e somam R$ 126 milhões. São recuperação asfáltica, pavimentação em logradouros públicos, serviços de engenharia. Ao todo são 47 municípios que deveriam ser beneficiados, mas de acordo com deputados da oposição, apenas placas estão no local.

Ainda correspondem ao valor total, obras em escolas do estado. Conforme informações do documento, ao todo, são 157 escolas com obras inconclusas. A administração estadual informa, no entanto, ter repassado os recursos às prestadoras de serviço, que alegam não terem recebido os valores devidos.

Capital baiana

Em Salvador, a maioria das obras de maior impacto não está paralisada, apesar de todas estarem atrasadas. As duplicações das Avenidas Gal Costa e Orlando Gomes foram licitadas em março de 2014 e custam R$ 647 milhões. A licitação para A Via Barradão foi publicada em junho do ano passado com prazo de execução de um ano e quatro meses, contudo, ainda está em processo licitatório. As obras de intervenção no rio Joanes, que corta Salvador e Lauro de Freitas, é outro projeto já licitado, desde agosto de 2014, mas que não há vestígios de início de obras. O valor é de R$ 188 milhões.

O que a bancada de oposição quer investigar é o motivo dos atrasos e se houve superfaturamento nas obras. “De forma irresponsável, o ex-governador Jaques Wagner contratou de diversas obras de interesse público. Deixou de realizar os pagamentos de empenhos para fazer um caixa em uma verdadeira pedalada fiscal”, disse o autor da CPI, Luciano Simões Filho. O líder do governo, Zé Neto (PT), defende que a paralisação é por conta da extinção dos órgãos e que muitas precisaram ser reavaliadas a pedido do Tribunal de Contas do Estado. 

Matérias relacionadas:

Alba: CPI pede investigação de obras atrasadas na Bahia

CPI: Oposição aponta R$ 67 mi em obras paradas em escolas do estado

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp