Política
Publicado em 06/08/2015, às 00h53 Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho)
Na decisão em que condenou o presidente e outros executivos da OAS, o juiz federal Sergio Fernando Moro embasou o julgamento do mérito do processo da Operação Lava Jato utilizando conversas entre o ex-deputado federal baiano, Luiz Argolo, o doleiro Alberto Youssef e os diretores investigados da empreiteira.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), participaram de um esquema que funcionava da seguinte forma: empreiteiras formaram um cartel que, ao menos, desde 2004, combinava vencedores de licitações e apontava a escolhida a diretores da petrolífera.
Para Moro, as irregularidades são “evidentes em vista dos crimes conexos de pagamento de vantagem indevida de esquema criminoso a ex-parlamentares federais como os ex-deputados federais Pedro da Silva Correa de Oliveira Andrade Neto e João Luiz Correia Argolo dos Santos (Luiz Argolo)”.
O juiz federal também expôs provas de que operação de lavagem de dinheiro consumada em Londrina teve como origem recursos desviados de contratos da Petrobras e citou trocas de mensagens entre Alberto Youssef, com o codinome "Primo", e o ex-deputado federal Luiz Argolo, com o codinome "LA", nas quais Alberto Youssef estaria solicitando dinheiro da OAS para o ex-deputado, diretamente com o diretor Financeiro da empreiteira, Mateus Coutinho, “inclusive com alusão a encontros pessoais com esse propósito”, diz Moro, na decisão.
Moro ainda lembra que o ex-deputado Federal Luiz Argolo responde atualmente à ação penal 502316214.2015.404.7000, por ter supostamente recebido valores decorrentes do esquema criminoso da Petrobrás, tendo decretada a prisão preventiva dele.
No trecho a seguir, Alberto Youssef informa que Mateus Coutinho teria concordado em liberar o dinheiro "semana que vem" e que "ele não chamou o Ricardo", em referência a José Ricardo Brechirolli, o que revela que ambos, José Ricardo e Matheus Coutinho, trabalhavam juntos:
Sobre a conversa com Argolo, em juízo, Alberto Youssef deu as seguintes declarações sobre seus contatos com Mateus Coutinho e com José Ricardo Brehirolli:
Moro argumenta que, embora Alberto Youssef afirme que o dinheiro para João Luiz Correia Argolo dos Santos não foi liberado, é certo que nas mensagens afirmou, em 12/03/2014, a Luiz Argolo que "Matheus vai liberar semana que vem".
“A efetiva entrega deve ter sido prejudicada pela superveniente prisão cautelar de Alberto Youssef em 17/03/2014. Youssef afirmou que desconhecia, especificamente, a origem dos valores relacionados a essas entregas, bem como a sua causa. Não obstante, seguem elas o mesmo modus operandi verificado no esquema criminoso da Petrobrás, com a realização de operações financeiras subreptícias do escritório de lavagem de dinheiro de Alberto Youssef para OAS, com a entrega de valores vultosos de dinheiro em espécie a terceiros, alguns com ligações a agentes políticos e campanhas eleitorais, como Marice Correa Lima, relacionada a João Vaccari Neto, este denunciado diretamente, como intermediário de valores de origem no esquema criminoso para os cofres do Partido dos Trabalhadores, e outros agente políticos, como o ex-deputado federal Luiz Argolo”, concluiu o juiz Sérgio Moro.
A reportagem do Bocão News entrou em contato com o advogado de defesa do ex-deputado Luiz Argolo, que afirmou que irá se pronunciar nesta quinta-feira (6), em relação à decisão do juiz federal Sérgio Moro.
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