A Associação do Ministério Público do Estado da Bahia considerou infeliz a declaração feita por Rinaldo Reis, procurador geral de Justiça do Rio Grande do Norte, que chamou os baianos de preguiçosos. Em nota, a entidade lamentou o teor da fala do procudador potiguar e explicou a origem do mito.
"Surgiu por racismo da elite contra os escravos, ganhando fôlego após a Lei Áurea. Expandiu-se a ganhar contornos de xenofobia não apenas em relação a baianos, como a todos os nordestinos. Tantos séculos passados, é lamentável que o preconceito ainda esteja enraizado e tente se travestir de humor, de péssima tônica, independente do nível de acesso à informação de seu interlocutor. Longe de nos vitimizarmos ou alimentarmos ódios, divulgamos os encantos do nosso estado, lugar ideal para seus dias de lazer ou negócios", diz o manifesto de repúdio.
"Sejam bem vindos à nossa terra todos aqueles que consigam se despir de seus preconceitos e estereótipos! Trabalharemos muito, como nos é de costume, para que possam curtir seus dias de preguiça em meio às nossas belezas naturais e os ensinaremos um pouco da nossa cultura e da nossa realidade. Mas não esqueçam de trazer, e manter, respeito na bagagem", provoca.
Segundo o site G1, a fala do procurador ocorreu durante um debate realizado no dia 28 de julho sobre a relação entre a eficiência do trabalho, os custos operacionais da instituição e a carga horária de trabalho dos funcionários. A declaração de Reis veio depois que a procuradora Tereza Cristina Cabral de Vasconcelos Gurgel esclareceu que os únicos estados do Nordeste que possuem carga horária de oito horas são o Rio Grande do Norte e a Bahia.
