Levantamento publicado na Folha de São Paulo, no último domingo (8), revela que em 11 estados o recém criado Partido Social Democrático (PSD) nasce com tendências pró-governo. A avaliação realizada pela reportagem do impresso paulista veio após o prefeito de São Paulo e puxador de corda Gilberto Kassab definir (ou não definir) que a legenda não é de direita, nem de esquerda e tampouco de centro.
Para analisar o quadro a Folha considerou como “oposicionistas” aqueles que se apresentavam como críticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, em política, não é surpreendente que alguns destes tenham ou venham a mudar de opinião.
Uma das constatações da pesquisa segue a tendência de que a força governista ainda está concentrada nas regiões Norte/Nordeste, dos 11 estados pró-PT, 10 estão na parte de cima do mapa brasileiro. Por outro lado, os diretórios do novo partido do Sul e Sudeste são liderados por políticos historicamente de oposição, contudo, com tendências adesistas.
Em seis casos, entre os quais se inclui o próprio Kassab, o partido é encabeçado pelos adversários políticos do PT. São eles: SP que além do prefeito terá o vice-governador Afif Domingos, Rio de Janeiro com o ex-deputado e ex-vice de José Serra Indio da Costa, Santa Catarina com o governador Raimundo Colombo, Paraná onde o ruralista Eduardo Sciarra lidera, Tocantins com a senadora Kátia Abreu e Goiás com o secretário de Marconi Perillo Vilmar Rocha.
Em entrevista ao impresso paulista o ex-vice de Serra afirmou que é identificado com a oposição. Contudo, declarou que “tudo o que eu defendi a Dilma está fazendo: privatização de aeroportos, defesa dos direitos humanos", diz Indio da Costa.
Ele segue: "O PSD é uma criança que ainda está na barriga da mãe. Não seremos do contra, como muita gente na oposição. O que for a favor do Brasil, apoiaremos."
A reportagem ainda dá conta de casos em que a liderança pode ser governista, mas que o corpo, não é. O exemplo citado é o da Bahia, onde o vice-governador Otto Alencar (ainda PP) é o quem coordena o movimento, mas que terá em seus quadros figuras políticas como o sobrinho de Antônio Carlos Magalhães, o deputado federal Paulo Magalhães.
Para Kassab, a diversidade ideológica é natural nessa fase inicial do partido, cuja composição é heterogênea.
"O ano de afirmação do PSD, de sua consolidação, será 2018, quando já teremos passado por duas eleições e será possível fechar uma posição única", diz o prefeito.
Estados governistas: AC, AM, RR, AP, MT, PI, RN, PB, AL, SE, BA
Estados neutros: MG, MS, ES, RO
Estados contra: SC, PR, SP, RJ, GO, TO