Política
Publicado em 20/09/2015, às 18h19 Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em vetar o financiamento de empresas nas campanhas eleitorais descontentou muitos políticos. A impossibilidade de realizar campanhas milionárias deve deixar muitos aspirantes fora do pleito. Fraudes a partir de doações de pessoas físicas foram alertadas pelo ministro do STF, Gilmar Mendes ao justificar seu voto contrário à proibição das doações empresariais. E a situação nos municípios pode ser ainda mais grave.
Em conversa com o Bocão News, o prefeito de Barra do Choça, Oberdan Dias (PP), alertou para o uso de CPFs indevidamente. O risco está na captação de CPF por partidos políticos na troca de votos. Para o gestor, que está em seu quarto mandato, a proposta ideal é a manutenção das doações empresarias dentro de uma limitação de valor. “O desejável seria a limitação de valores pelas empresas, mas se o Supremo exclui o financiamento privado é preciso buscar novo meio de ajustar para que as doações de pessoas físicas pulverizem demais. Tem sempre uma brecha para burlar, como a injeção de recursos através do CPF”, explica.
Como disse o ministro, as doações por pessoas físicas abriria um "amontoado de caixa dois", já que as doações por pessoas físicas não são necessárias prestações de contas. Nos municípios, a preocupação é ainda maior, já que muitos deles possuem renda per capita com baixos índices, o que não justificaria altos valores em doações.
O prefeito ainda não sabe quem apoiará para sua sucessão, mas acredita que a dificuldade vai ser ainda maior no próximo pleito. “Tem a questão da crise financeira dos municípios, além das mudanças políticas. Vamos colocar em pratica e observar se há necessidade de aprimoramento”, afirma.
O prefeito de Ichu, Antônio George (PSC), também se preocupa com as mudanças eleitorais. Porém, para ele, a eleição ficará mais igualitária, apesar de acreditar que burlas possam ocorrer.
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