Política

Embasa "investe" R$ 200 mil apenas em shows de aniversário

Imagem Embasa "investe" R$ 200 mil apenas em shows de aniversário
Parlamentar governista defende shows e aumento da empresa de saneamento  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 12/05/2011, às 17h17   Luiz Fernando Lima



Depois de toda a polêmica criada em torno do fato de a Empresa Bahiana de Água e Saneamento (Embasa) se negar a revelar o valor do cachê cobrado pela cantora Daniela Mercury em show comemorativo dos 40 anos, a direção da Embasa se rendeu às pressões e divulgou o valor que teria sido cobrado pela cantora baiana, que teria sido de R$ 130 mil.

Num primeiro momento ao ser questionada sobre os valores, a assessoria de imprensa da empresa informou que o contrato firmado entre a Embasa e a produção de Daniela Mercury proibia a revelação do valor. A explicação foi rebatida por políticos e fontes do próprio governo que contestaram tal proibição, afirmando que contratos firmados entre um ente público e um privado não pode ser sigiloso, já que se trata de dinheiro público.

Após as pressões dos parlamentares e a divulgação do ocorridos no veículos de comunicação de todo o estado, a Embasa procurou a produtora Canto da Cidade, que acolheu a proposta e tornou pública a informação.

De acordo com o deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), a Embasa não revelou os valores anteriormente porque a cantora havia aceitado uma proposta com valores inferiores aos cobrados normalmente pelos seus shows. No entanto, continua o parlamentar, a produtora decidiu aceitar a publicação para evitar maiores transtornos.

A Embasa não só resolveu abrir o valor do contrato firmado com Daniela, como também ampliou a informação afirmando que a contratação de Margareth Menezes, que realizará, neste sábado (14), no Wet'n Wild, na Paralela, show fechado para a direção, funcionários e convidados da empresa, custou R$ 55 mil.

O deputado petista defendeu a realização de eventos desta natureza pela empresa rebatendo as acusações de desvio de funcionalidade feitos por parlamentares da bancada de oposição na Assembleia Legislativa.

Segundo Rosemberg, os shows servem tanto para comemorar a data importante para uma empresa  quanto exercem uma influência na motivação dos funcionários. Em discurso durante a sessão comemorativa dos 40 anos da Embasa na Assembleia Legislativa, o deputado disse que “temos que comemorar mesmo porque é assem que a gente mostra a nova Embasa que não é do governo é da população”.

Aumento

Sobre o percentual de aumento na tarifa de água pouco maior que 13%, o parlamentar primeiro esclareceu que este  será aplicado apenas para os consumidores que utilizam mais de 10m³ de água. “Cerca de 60% dos consumidores não gastam tudo isso. Para estes o aumento será de 9%. É uma tarifa que segue a lógica de Robin Hood”, defendeu.

A respeito do que acusa a oposição, o petista afirma que a Embasa pratica a terceira menor tarifa do País. O deputado diz ainda que o aumento vai servir para  novos investimentos em saneamento básico. “A taxa não é um valor que vai matar as pessoas. Mais de 80% dos municípios da Bahia não tem saneamento básico em sua totalidade”, revelou.

A despeito dos investimentos, o que se sabe, e o próprio parlamentar confirma, é que a Embasa atualmente é uma empresa no azul, ou seja, vem dando lucros. Mesmo com o cenário financeiro positivo o parlamentar acredita que o aumento é justificável. “O preço da Embasa é barato comparado a água que se compra no mercado”, ressalta.

Oposição

Na tarde desta quinta-feira (12), a pedido do líder da bancada governista, Zé Neto, houve uma sessão comemorativa aos 40 anos da Embasa, na sede do Legislativo baiano. Boa parte da diretoria da empresa estava no plenário. Seria uma boa oportunidade para os deputados da oposição, que viram negado o pedido de ouvir explicações do presidente da Embasa, Abelardo Oliveira Filho, na comissão de Finanças e Orçamento. No entanto, nenhum deles compareceu à sessão.

Questionado sobre a oportunidade, o líder da oposição, Reinaldo Braga (PR), disse apenas que seria uma homenagem aos funcionários e que não era o fórum adequado para isso. Nos corredores da Assembleia o que se ouvia, além da história da rifa, é que em tempos idos, os pestitas teriam armado um palanque em frente ao prédio do Legislativo ou dentro do plenário. Bom, mas isso, são outros tempos.

Foto: Edson Ruiz // Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp