Política

Peemedebistas se rebelam contra Temer por negociações de ministérios

Publicado em 01/10/2015, às 17h30   Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)


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Às vésperas de concluir a reforma ministerial, a presidente Dilma Rousseff terá que enfrentar um incoveniente. Peemedebistas entregaram manifesto ao vice-presidente, Michel Temer, contrários às negociações da legenda para angariar mais Ministérios, nesta quinta-feira (1º). O partido deve ser agraciado com sete pastas para contemplar o vice, porém, 22 deputados não concordam com a proposta. De acordo com o presidente da legenda na Bahia, Geddel Vieira Lima, “o fisiologismo do PMDB está acabando com o partido”.

Os rebeldes representam 33% da bancada peemedebista na Câmara, composta de 66 deputados. Em conversa com o Bocão News, o deputado federal Lucio Vieira Lima ainda afirma que há um incômodo e insatisfação da maioria dos parlamentares em torno das negociações por ministérios já que cobraram a reforma ministerial e ainda assim continuam impondo mais pastas. “Esse toma lá dá cá não aceitamos. A sociedade não vai entender nada. Cobramos uma coisa e fazemos outra? Isso é para deixarmos claro que o PMDB não concorda com isso. Vai ver que no PMDB não tem essa união que ele [Michel Temer] está dizendo que tem”, aponta.

Segundo o parlamentar, o vice-presidente já tem conhecimento do documento e vai se reunir com o diretório do partido. Geddel segue para Brasília nesta quinta-feira.

Para conter a sangria do governo, a presidente Dilma Rousseff levou para seu lado o líder da bancada peemedebista, Leonardo Picciani. No toma lá, dá cá, duas pastas caíram no seu colo. Há informações de que Picciani se articula para ser candidato à presidência da Câmara sob o apoio do Planalto. Sobre o assunto, Geddel nega. “O último candidato apoiado pelo Planalto foi Chinaglia. O governo está dissolvendo”, releva.

Leia a íntegra do documento:

Nosso país sofre uma das mais graves crises econômicas de sua história. Ela é resultante de escolhas erradas das politicas de Governo, e traz de volta demônios que a Naçāo imaginava exorcisados: inflaçāo, desemprego, desindustrializaçāo e total desarranjo das contas públicas.

A crise ética avilta a Nação! A crise política alterna a condição de causa e efeito do quadro emergencial que vivemos agora. Tais crises estão ainda no seu início. Na raiz de tudo está uma condução do país errática, desacreditada  e que se enfraquece a cada dia. Agora o Governo, sem apontar um caminho claro, rende-se a um jogo político pautado pela pressão por cargos, num leilão sem qualquer respaldo em projetos ou propostas, sem conseguir apontar um horizonte de esperança para o povo brasileiro.

Diante desse quadro, nós integrantes da bancada do PMDB, nos manifestamos  no anseio  de que o nosso partido seja chamado à reflexão e ofereça outro tipo de contribuição ao Brasil:

1. Embora participando da base do governo federal, nos últimos anos, e tendo o vice-presidente da República, o PMDB nunca foi sequer convidado a participar das decisões governamentais que levaram a essas crises. As decisões políticas estratégicas nacionais, ao longo desses últimos anos , foram tomadas exclusivamente pelo PT, determinando a situação atual.

2. Discordamos de qualquer negociação de cargos no governo, a qualquer título. Não é com esse tipo de atitude que a profunda crise geral deve ser enfrentada, e sim com posturas que recuperem a credibilidade perdida.

3. Nosso posicionamento em plenário não dependerá desse tipo de barganha por cargos. Temos um só compromisso que é com a nossa consciência, com o Brasil, respeitando a vontade da população, expressa mais de uma vez nas pesquisas e nas ruas do nosso país.

4. queremos, dentro do Partido e com a sociedade, debater e apontar soluções para o país, que reduzam a máquina pública e retomem o desenvolvimento econômico e social para os brasileiros.“

Classificação Indicativa: Livre

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