Política

Voto impresso é um retrocesso, afirma advogado em direito eleitoral

Publicado em 19/11/2015, às 07h47   Aparecido Silva (Twitter: @CydoSylva)


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O voto impresso passará a valer a partir da eleição de 2018. O Congresso Nacional derrubou nessa quarta-feira (18) o veto da presidente Dilma Rousseff (PT) ao item da reforma política que tratava sobre o assunto. O eleitor votará em seu candidato, a urna eletrônica emitirá um comprovante e esse será depositado em uma urna paralela, para que os votos possam ser recontados, caso solicitado.

Para o analista judiciário do Tribuna Regional Eleitoral da Bahia, o mestre em direito eleitoral Jaime Barreiros Neto, a medida não é tão inovadora como tentaram mostrar os deputados. “Ao contrário do que a maioria imagina, considero esta regra um retrocesso. Além de acreditar que a urna eletrônica é segura, acredito também que a impressão do voto não possibilitará, efetivamente, uma maior segurança das eleições. Ao contrário, acredito que a impressão do voto somente trará tumultos às votações. O voto continuará secreto e, assim sendo, alguém de má-fé poderá dizer que votou em um candidato e que o voto impresso foi conferido a outra pessoa, sem que tal fato tenha realmente ocorrido. Quem poderá dizer que tal afirmação é uma mentira? Prevejo muitas confusões durante as votações”, aponta o especialista.

“Sempre defendi que democracia tem preço e que eventuais gastos com eleições devem ser admitidos como investimentos da sociedade. Contudo, não podemos negar que um custo adicional de quase R$ 2 bilhões de reais com a troca de todas as urnas eletrônicas do país, não é um bom negócio”, criticou.

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