Para Marina, governo e oposição blindam Cunha

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A ex-senadora Marina Silva não poupou críticas à oposição e ao governo da presidente Dilma Rousseff em função das manobras para evitar que o processo de cassação do mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) avançasse no Conselho de Ética da Casa. "São um absurdo as manobras que estão sendo feitas dentro do Conselho de Ética. Se tivesse uma ação contundente mesmo de setores do governo e da própria oposição, que já disse que ele [Cunha] está insustentável, isso não estaria acontecendo", disparou Marina após participar de um evento na Universidade Columbia, em Nova York (EUA).

Segundo ela, a Rede e o PSOL levaram o processo contra Cunha para o Conselho de Ética para que o parlamentar pudesse ter "a oportunidade de refutar as provas contundentes que ali estão apresentadas contra ele e, obviamente, que essa blindagem está acontecendo da parte do governo e que aconteceu há até bem pouco tempo pela própria oposição, um porque queria o impeachment e o outro porque não queria", avaliou.

Marina, que já ocupou o cargo de ministra do Meio Ambiente, também se pronunciou sobre o rompimento das barragens da mineradora Samarco em Mariana (MG). Segundo ela, "sem sombra de dúvida", o deslizamento das barragens de rejeitos de mineração, "não é um acidente natural", configurando um crime ambiental.

Ela se posicionou de forma contrária ao projeto de flexibilização das regras de licenciamento ambiental que está em tramitação no Congresso Nacional. "Alguns ousam sugerir que se façam licenças por decurso de prazo, você entra com um pedido e se a licença não é dada você já tem a licença por decurso de prazo", disparou.

Segundo Marina, o licenciamento não pode levar em conta apenas o projeto em si, sendo necessária uma visão dos impactos em toda a sua extensão. "Você faz a avaliação pensando a bacia hidrográfica e toda a região de abrangência do empreendimento", destacou.

Fonte:Estadão

Publicada no dia 22 de novembro de 2015, às 16h49