A prisão do senador Delcídio do Amaral (PT) na operação Lava Jato aumentou as críticas dos petistas à ação do Judiciário. Por ser parlamentar, o senador só poderia ser preso em flagrante, como lembra o deputado baiano Afonso Florence, vice-líder do PT na Câmara Federal. “Todos nós vimos com perplexidade. Até onde se sabe, o mandato do senador, o gabinete do legislador no Senado Federal são invioláveis. Só se prende em caso de flagrante, pelo que acompanhei pela imprensa, não há flagrante. Ouve-se dizer que teve uma gravação do senador em uma reunião fazendo uma sugestão ou oferta, não vou entrar no mérito, mas mesmo que isso justificasse, não entraria flagrante. Foi uma decisão monocrática, de grande gravidade que compromete todos os brasileiros e brasileiras a agirem com serenidade buscando garantir o estado democrático de direito”, afirmou o deputado.
Para Florence, o ato é uma afronta à democracia. “Não podemos ter uma lógica policialesca onde o Judiciário, Polícia Federal, que devem ter autonomia para investigar, se excedem e a abordagem dada por todos é deslegitimadora da democracia, do mandato popular. É um momento de muita gravidade na história da República. Temos que aguardar agora. O Supremo Tribunal Federal (STF) tem 24 horas para entregar os documentos ao Senado para termos mais discernimento se esse é um tema que diz respeito ao senador ou ao Legislativo”, pontou.
Na manhã dessa quarta-feira (25), o Senado cancelou a sessão que ocorreria devido à prisão do petista.
