Em tempos de reestruturações partidárias as especulações a respeito de fusões e extinções de legendas são ventiladas a todo instante. Nesta semana, a “bola da vez” é a possível junção do PV com o PPS. As duas siglas compõem uma bancada no Congresso Nacional e lideranças do PPS já falam em unir as forças num eventual “Partido Socialista Verde”, como denominou o presidente do diretório pernambucano do PPS, Raul Jungmann.
Os progressistas falam abertamente em unir o partido a outro, no início do ano se apontava para uma junção com DEM e PSDB, descartada esta possibilidade, agora a vez é dos verdes. De acordo com o presidente baiano da legenda, Ederval Araújo, o Poly, o assunto, fusão com PV, será discutido pela executiva nacional nos dias 10 e 11 de junho numa reunião em Brasília.
Araújo avalia que a junção seria positiva para as legendas. “É uma grande oportunidade para fortalecermos a oposição. Tivemos algumas reuniões internas no PPS, mas depende do PV”, afirmou à reportagem do
Bocão News.
No entanto, a articulação deve ser mais difícil. Isto porque, entre os verdes o assunto nem foi cogitado. Ao menos, é o que afirma o presidente estadual do PV na Bahia, Ivanilson Gomes. De acordo com ele, o que existe é uma aliança pontual no Congresso Nacional, que é mais uma questão de sobrevivência para os partidos. “É uma aliança regimental. Não existe nenhuma discussão desta de fusão dentro do PV. Vou a Brasília com frequência como membro da executiva nacional e não há nenhuma movimentação neste sentido em parte alguma”, disse.
Para Ivanilson, o que há é o interesse manifestado por parte de alguns quadros do PPS, mas nada com relação ao PV. “Pode haver um desejo do PPS, é possível que o PPS tenha este interesse, mas da nossa parte não há nada”, garantiu.
Inclusive, o presidente dos verdes baianos não se esqueceu do acontecido entre as duas siglas nas últimas eleições. Na oportunidade, segundo Ivanilson, o PV buscou o apoio do PPS para o seu candidato ao governo do estado, Luiz Bassuma – que saiu da legenda – e não teve sucesso. “Eu tive várias conversas com George Gurgel (ex-presidente estadual do PPS) para mostrar que a coligação era interessante para todo mundo. Alertei que a aliança com o PMDB seria suicídio e deu outra”, lamentou.
Apesar da aproximação entre PPS e PV no cenário nacional ser uma realidade, a fusão parece difícil. O que não muda a opinião do presidente pernambucano do PPS, que em entrevista à revista Carta Capital disse que o momento é apropriado para se discutir uma terceira via para o debate político até então bipolarizado entre PT e PSDB. “Concordo que o grande debate do momento é o meio ambiente. Não somos nem PT nem tucanos, somos uma terceira via, um novo caminho”, declarou à reportagem da semanal.
O dirigente só esqueceu de comunicar suas pretensões aos verdes.
