Política

Cunha faz chantagem de caráter pessoal a deputados, diz Rui Costa

Publicado em 17/12/2015, às 12h39   Cíntia Kelly (@cintiakelly_)


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O governador Rui Costa trouxe à tona mais uma característica do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que depõe contra ele mesmo. Segundo Rui, o peemdebista faz chantagem com colegas que, eventualmente, traíram suas esposas para tê-los ao seu lado.

“Ele não tem direito de chantagear, coagir. Houve uma instalação de quase uma central de investigação paralela da vida das pessoas, até de coisas pessoais, coisa de que se o deputado não fizer o que ele quer vai contar que o deputado faz aquilo fora do casamento, e ameaçar a denunciar. Isso é uma coisa sem qualquer parâmetro. O que não deve ser feito”, censura Rui Costa.

Para o governador, o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF, de afastar Cunha da presidência e suspender o mandato dele, é positivo. “Ele é uma referência de chantagem. Péssimo exemplo para os nossos jovens. Alguém que está sentado na cadeira de presidente (da Câmara Federal) fazendo chantagem: ’ou me salva ou eu afundo o país’. Ele não tem condições morais e nem emocionais. Que o STF o afaste e ele se defenda”, assinalou Rui.

No documento de 190 páginas, Rodrigo Janot elencou 11 motivos para a saída de Cunha. O procurador lembra que ainda existe uma medida cautelar mais grave, e que acabou não sendo requerida ao STF: a decretação da prisão preventiva de Cunha.

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DA PGR:

"O procurador-geral, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira, 16 de dezembro, que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, seja afastado do seu mandato parlamentar e, como consequência, da presidência da Casa. Segundo Janot, Cunha vem utilizando de seu cargo para interesse próprio e fins ilícitos. A medida é necessária para garantir a ordem pública, a regularidade de procedimentos criminais em curso perante o STF e a normalidade das apurações submetidas ao Conselho de Ética.

Conforme o pedido, tanto as acusações de corrupção e lavagem de dinheiro (Inq 3983), quanto a investigação por manutenção de valores não declarados em contas no exterior (Inq 4146), podem acarretar a perda do mandato de Eduardo Cunha, seja pela via judicial ou no campo político-administrativo, o que autoriza a medida cautelar de afastamento do cargo. Para o PGR, os fatos retratados na petição são anormais e graves e exigem tratamento rigoroso conforme o ordenamento jurídico.

O PGR aponta em seu pedido onze fatos que comprovam que Eduardo Cunha usa seu mandato de deputado e o cargo de presidente da Câmara para constranger e intimidar parlamentares, réus colaboradores, advogados e agentes públicos, com o objetivo de embaraçar e retardar investigações contra si. Os documentos apreendidos nas buscas realizadas na data de ontem, 15 de dezembro, reforçaram as provas já reunidas pela Procuradoria-Geral da República."

Classificação Indicativa: Livre

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