Política

Vazamentos de delação não devem ser aceitos por Judiciário, diz ministro

Publicado em 17/01/2016, às 07h50   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Os recentes vazamentos da delação premiada que relacionam o nome do ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, e o da presidente Dilma Rousseff (PT) na Operação Lava Jato foram criticados pelo titular da pasta neste sábado (16) em visita a Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Alvo de um inquérito no STF após delação do diretor da construtora UTC, Ricardo Pessoa, o ministro também foi relacionado em uma troca de mensagens com o ex-diretor da OAS, Léo Pinheiro. Em ambos os casos, são questionados repasses para a campanha eleitoral de Dilma Rousseff, da qual o ministro foi tesoureiro. 
Edinho Silva afirmou que as informações que chegam à imprensa estão fora de contexto e deveriam ser mantidas em sigilo para não atrapalhar o andamento das investigações. Para ele, o vazamento enfraquece as instituições responsáveis pelas apurações e o estado de direito.
"Não podemos permitir que aquilo que tem tudo para fazer com que o Brasil saia mais forte se desgaste por conta de vazamentos alimentados pela luta político-partidária", afirma.
Relatório da Polícia Federal divulgado na última semana revela uma troca de mensagens entre Edinho Silva, quando era deputado estadual pelo PT e presidente da legenda, e o ex-presidente da construtora OAS, Léo Pinheiro, um dos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
Outros integrantes do PT, dentre eles o ex-presidente Lula e a presidente Dilma, são também citados em depoimento prestado recentemente pelo ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
"Você não pode aceitar. O Ministério Público e o Judiciário não podem aceitar que delações premiadas que sequer foram concluídas, que sequer foram homologadas, aceitas, sejam vazadas para a luta político-partidária. Isso é ruim para a democracia, isso não fortalece as instituições", diz.
O Ministério Público e o Judiciário não podem aceitar que delações premiadas que sequer foram concluídas, que sequer foram homologadas, aceitas, sejam vazadas para a luta político-partidária"
Silva confirmou ter mantido contato com empresários como Léo Pinheiro como parte de suas funções à frente da coordenação financeira da campanha à reeleição de Dilma.
"Eu fui tesoureiro de campanha, errado eu estaria se não conversasse com os empresários. Se eu tinha o papel de arrecadar, arrecadar dentro da lei, das regras, tudo que arrecadei na campanha foi declarado, foi aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral, tivemos um parecer aprovado de forma unânime pelos ministros do TSE", diz.
O ministro ressalta que o governo apoia as investigações e diz que somente suas mensagens trocadas com o ex-presidente da OAS tenham chegado a público.
"As informações são vazadas fora de contexto, de forma seletiva, porque certamente Léo Pinheiro não conversou só comigo. Ele deve ter conversado com tesoureiros de outras campanhas. Por que as conversas dele com os tesoureiros de outras campanhas não vêm a público também?", afirma.
Publicada no dia 16 de janeiro de 2016, ás 16h

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