Política

Marcelo Odebrecht fica em silêncio e quer ter acesso aos autos da Acarajé

Publicado em 24/02/2016, às 08h50   Redação Bocão News (@bocaonews)


FacebookTwitterWhatsApp

O empresário baiano Marcelo Odebrecht, ficou em silêncio nesta terça-­feira (23) na Polícia Federal em Curitiba. Ele alegou que primeiro precisa ter acesso aos autos da Operação Acarajé, deflagrada na segunda (22), apontando como alvo principal o publicitário João Santana, marqueteiro das campanhas presidenciais de Lula (2006) e de Dilma (2010 e 2014).
Também investigado na Acarajé, a nova etapa da Lava Jato, Odebrecht foi transferido do Complexo Médico Penal de Pinhais para a sede da PF para depor sobre pagamentos supostamente ilícitos em favor de João Santana. Os investigadores encontraram em seu celular anotações em siglas e apelidos que podem indicar os repasses de recursos de ‘origem espúria’ no exterior. Um desses registros é a palavra ‘Vaca’ e outro é ‘Feira’, que aparecem ao lado de números. Para a PF, ‘Vaca’ é referência ao ex­tesoureiro do PT João Vaccari Neto e ‘Feira’ uma citação a João Santana, baiano de uma cidade próxima ao município de Feira de Santana.
Os investigadores queriam perguntar a Odebrecht qual o significado da frase encontrada em seus arquivos: ‘dizer do risco cta suíça campanha dela’. “É compreensível que Marcelo Odebrecht não queira depor sobre algo que não tem conhecimento”, declarou o criminalista Nabor Bulhões,
advogado do empresário. “Basta ler a Súmula Vinculante 14 do Supremo Tribunal Federal. O investigado tem o direito de conhecer o teor do inquérito. Marcelo Odebrecht não invocou o direito ao silêncio, nem vai invocar. Mas precisa ter acesso aos autos da investigação para sobre ela se
manifestar”, afirmou.
Nabor Bulhões disse à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que requereu nesta terça, 23, cópia dos autos da Acarajé. “Fomos informados que os autos estão sob sigilo, estão inacessíveis. Mas é bom que se diga que isso aqui não é um jogo de loteria esportiva, é uma investigação criminal. Ora, o investigador passa seis meses, às vezes um ano até, trabalhando incessantemente. Aí de repente convoca um acusado para falar sobre o que foi apurado naquele longo período", disse o criminalista, que complementou: “o que eu posso dizer com absoluta convicção é que Marcelo Odebrecht não tem nada a ver com movimentação ou com transferência de funcionários (da empreiteira) para o exterior. Isso daí é uma mera especulação. A decisão (do juiz federal Sérgio Moro) fala em Odebrecht sob o comando do Marcelo, mas não imputa a ele nenhum ato específico referente à transferência de funcionários”.
Fonte: O Estado de S. Paulo.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp