Líder do PT diz que partido não teme delação de Marcelo Odebrecht

O líder do PT na Câmara Federal, o deputado federal baiano Afonso Florence, afirma que não há temor no partido por conta da delação a ser feita pelo presidente afastado da empreiteira Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht. O empreiteiro foi condenado na Operação Lava Jato a 19 anos e quatro meses de prisão pelo envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, que beneficiava empresários, políticos e funcionários da estatal.

No meio político, a inclinação de Odebrecht em fazer delação premiada é vista com cautela. De acordo a Folha de S. Paulo, caso o empresário assine o acordo com a Lava Jato, dois partidos poderiam ser diretamente atingidos, segundo pessoas familiarizadas com o tema: o PT e o PMDB de Michel Temer. Odebrechet poderia detalhar o caminho de recursos por contas no exterior até o caixa eleitoral das duas legendas. Os partidos negam ter recebido contribuições não contabilizadas.

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Em conversa com a reportagem do Bocão News, o líder petista ressaltou que o partido “não tem um posicionamento específico” sobre a delação que não existe e está no campo da hipótese. “Não temos temor, temos uma posição de que deve haver a investigação. Delação é um instrumento do curso da investigação e deve dar o direito de defesa, com a apresentação de provas. O Marcelo Odebrecht está preso há muito tempo, havia dito que não faria delação, vem a condenação em primeira instância e temos essa informação. [...] Se vai delatar, delate. Se vai atingir petistas, não necessariamente atinge o PT”, afirmou o líder.

O parlamentar também fez observação sobre a estratégia do juiz Sérgio Moro para conseguir informações sobre o esquema. "O método de condenação está centrado na delação, na prisão de longo tempo e pelo que vejo os advogados de defesa questionam as provas. O respeito aos réus deve permanecer, não pode virar cultura da condenação prévia”, apontou.