Política

Mesmo sem cargo, Lula tenta articular o governo

Publicado em 21/03/2016, às 11h24   Luiz Fernando Lima (@limaluizf)



No início da segunda semana após a instalação da comissão que analisa o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a bancada de governo na Câmara dos Deputados afinou o argumento para atacar  em algumas frentes tidas como fundamentais para alcancar três metas urgentes: encerrar o processo de impeachment, fazer com que Lula assuma a Casa Civil e mantê-lo longe do juiz Sérgio Moro.

O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) foi escalado para falar com a imprensa na manhã desta segunda. O parlamentar manteve as críticas ao ministro Gilmar Mendes afirmando que se trata de alguém com clara predileção partidária.  "A decisão totalmente partidarizada do ministro Gilmar Mendes vai de encontro aquilo que precisamos neste momento no país, que é ter serenidade institucional. Parece que o ministro atua cada vez mais como partidário que está trabalhando para jogar álcool na fogueira. A minha expectativa e apelo é que as decisões que venham a ser tomadas pelo Supremo evitem esta combustão social".

Sobre a proibição de Lula assumir a Casa Civil, Fontana argumenta que não há base legal alguma que justifique tal decisão. "A anormalidade jurídica é a proibição. Na minha avaliação e de várias outras pessoas a normalidade é a do Lula assumir".

Independentemente de o ex-presidente estar ou não sentado na segunda cadeira mais importante do Executivo, o deputado confirma que o trabalho está em curso, ou seja, Lula tenta articular o governo.

Questionado sobre a força-tarefa montada pela oposição em associação com presidente da Casa, Eduardo Cunha, Fontana diz que esta é a maior prova da ilegalidade que se tenta vender como impeachment.  "Ele que hoje é réu. 10 a zero no Supremo. tem pressa para levar esse golpe adiante pois para ele serve como uma cortina de fumaça e com uma possibilidade de que num eventual pós golpe ele possa participar de um grande acordo político que não permita a sua condenação. Este é o movimento Eduardo Cunha. Ele aposta neste acordo de líderes que possa salvar o próprio mandato e salvá-lo da prisão que na minha opinião é o destino dele".

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