A ONG Centro de Apoio e Solidariedade da Bahia (Cenasb), que fica em um edifício comercial no bairro do Itaigara, em Salvador, entrou na mira da força-tarefa da Lava Jato. De acordo com a coluna Satélite, do jornal correio, a Polícia Federal bateu na porta da instituição após informações fornecidas pela “secretária-bomba” Maria Lúcia Tavares.
Ainda conforme a publicação, a ONG diz atua no repasse de medicamentos de uso contínuo a preço de custo. No dia 22 de fevereiro, durante a Operação Acarajé, agentes da PF recolheram planilhas com nomes, valores e locais das entregas de propina em dinheiro vivo. Um dos documentos traz como destinatário “Luiz Roque”, junto a referências sobre oito remessas de maio a setembro de 2015, no total de R$ 850 mil.
De acordo com a coluna, ao aprofundar a apuração, a PF descobriu se tratar de Luiz Roque Silva Alves, que consta no quadro de sócios e administradores da ONG, cujo endereço – Empresarial Toryba, sala 503 – também é o mesmo informado na planilha. Em delação premiada, Maria Lúcia confirmou o preasse para o dirigente da Cenasb, mas garantiu não saber o motivo. Para atar as pontas, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão no escritório da instituição e de condução coercitiva contra Luiz Roque.
Outro detalhe descoberto pelos investigadores confirma a ligação entre a ONG e o setor responsável pela operacionalização de propina que, conforme a PF, foi montado pela Odebrecht. Um dos presos pela Operação Xepa em Salvador, Isaias Ubiraci Chaves Santos, investigado por suspeita de envolvimento na confecção planilhas e requisições para pagamentos ilegais em dinheiro, é dono de uma imobiliária com enderenço em Ilhéus. Contudo, o telefone informado pela empresa no cadastro do CNPJ junto à Receita Federal é idêntico ao da Cenasb, assim como o endereço eletrônico.
