Política

Luiz Viana apoia pedido de impeachment, mas questiona fundamentos

Publicado em 30/03/2016, às 08h00   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)


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O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Bahia, Luiz Viana, afirmou que as manifestações contrárias ao pedido de impeachment protocolado na última segunda-feira (28) pelo presidente nacional da entidade, Cláudio Lamachia, atestam o caráter democrático da OAB.

“Eu veja nas instituições democráticas como a OAB é possível conviver com as contraposições de ideias. Qualquer decisão da OAB é passível de crítica respeitosa. Ao contrário, aonde não se admite isso é nas instituições não democráticas. No nosso caso, eu vejo de forma absolutamente serena as críticas”.

Viana não compareceu ao ato em Brasília. No entanto, considera que a decisão do conselho deve ser respeitada até pela forma que aconteceu. Com a ampla maioria. Questionado sobre o posicionamento pessoal, o advogado afirma que continua com a mesma opinião já divulgada.

“Minha instituição deliberou pelo encaminhamento do impeachment e eu apoio, mas tenho ressalvas quanto a fundamentação. Eu não creio ser possível fundamentar um pedido de impeachment com base em pedalas fiscais, interceptações telefônicas e renúncias fiscais baseadas na lei. Se quiser resumir, eu apoio a minha instituição, mas tenho ressalvas quanto a fundamentação”.

O presidente da OAB Bahia destaca ainda que é importante manter uma racionalidade que possibilidade discutir o Brasil. “O que vejo no momento no Brasil é as paixões estão tomando a frente do diálogo nacional. Em meu discurso de posse em janeiro, eu estava quase profetizando, eu dizia que OAB precisava se postar como instituição mediadora capaz de lançar pontes entre a sociedade civil e a política. Continuo acreditando nisso”.

Instado a analisar a dificuldade de se manter como mediadora após entrar com um novo pedido de impeachment, Viana esclarece que este momento de discussão de impeachment vai passar, sendo ele acatado ou não. “E a gente precisa começar a conversa, pois num determinado momento, o mais rápido possível, superemos este clima. Na minha perspectiva, o conselho federal já cumpriu a sua parte, já encaminhou para a instância competente, e a gente agora tem que assumir uma postura de racionalidade para dialogar”.

Publicada no dia 29 de março de 2016, às 17h30

Classificação Indicativa: Livre

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