Política

Parecer da comissão de impeachment não pode ignorar política, diz relator

Publicado em 04/04/2016, às 16h31   Redação Bocão News (@bocaonews)


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Horas antes da entrega da defesa da presidente Dilma Rousseff, o relator da comissão de impeachment na Câmara, Jovair Arantes (PTB-GO), disse nesta segunda-feira (4) que não poderá "ignorar a questão política" em seu relatório.
Arantes não descarta, inclusive, incluir as suspeitas sobre a compra da refinaria de Pasadena (EUA) no relatório –mas não em seu voto.
"Claro que ao fazer um relatório desse tamanho, com essa amplitude e com todos esses problemas que têm, você não pode ignorar a questão política, não pode ignorar as questões das ruas, não pode ignorar as questões do governo, a ponderação que o governo também faz", disse o relator.
"Então você tem que fazer um contraponto entre tudo, e todas essas questões podem estar no relatório. Não podem estar no meu voto", completou.
A ideia é que essa parte política, bem como as pedaladas de 2014 –e outros pontos que estão na denúncia apresentada pelos juristas mas que não foram acolhidos pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha– entrem no relatório como uma espécie de "contexto".
Questionado se consideraria estes pontos no seu voto, Arantes disse que "poderia", mas que não deveria fazê-lo. "Posso, mas não sei se vou, porque eu não quero abrir nenhuma brecha para que haja qualquer tipo de questionamento e judicialização no processo."
O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, apresenta a defesa de Dilma à Câmara na tarde desta segunda. O relator espera apresentar até quarta-feira (6) o seu parecer.
A votação na comissão está prevista para a próxima segunda (11).
Questionamentos
Antes da chegada de Cardozo, o relator foi questionado pelos deputados Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Orlando Silva (PCdoB-SP) sobre as declarações de Arantes à imprensa e do conteúdo de seu parecer a ser entregue.
"O relator Jovair Arantes deve focar naquilo que é o objeto deferido pelo presidente Eduardo Cunha: os decretos de crédito suplementar do ano de 2015. Esta comissão não está autorizada a examinar nenhuma outra matéria", afirmou Silva.
Arantes disse que os deputados da comissão podem ficar "absolutamente tranquilos". 'Não vamos avançar o farol. O nosso relatório será criteriosamente defendido e colocado exatamente no que determinou o STF", declarou. 
Fonte: Folha

Classificação Indicativa: Livre

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