Política

Delação da Andrade Gutierrez diz que Edinho Silva cobrou R$ 700 milhões

Publicado em 09/04/2016, às 07h57   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Novos trechos da delação premiada de dirigentes da construtora Andrade Gutierrez, obtidos pelo "Jornal Nacional", revelam que o atual ministro da Secretaria de Comunicação, Edinho Silva, então tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, teria dito ao ex-presidente da construtora Otávio de Azevedo que as sete empresas mais beneficiadas em contratos deveriam doar os R$ 700 milhões para ajudar nos gastos da corrida eleitoral. De acordo com os depoimentos colhidos, segundo o “Jornal Nacional”, Edinho teria mostrado uma planilha das doações a Azevedo. Nela, uma das sete doadoras apareceria como responsável pelo pagamento de R$ 180 milhões. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a campanha de Dilma declarou ter recebido oficialmente cerca de R$ 350,4 milhões.
Na delação foi registrado que a Andrade Gutierrez já tinha repassado R$ 60 milhões ao ex-tesoureiro João Vaccari Neto e teve que pagar os R$ 40 milhões restantes a Edinho. O governo sustenta que as doações, devidamente registradas, da Andrade Gutierrez somam cerca de R$ 20 milhões, segundo o advogado Flávio Caetano, coordenador jurídico da campanha à reeleição. Segundo a delação, parte das doações solicitadas para a campanha de Dilma foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral, e parte foi feita em caixa 2 não declarado.
Ainda segundo o “Jornal Nacional", os executivos explicaram também que obras do setor elétrico foram destinadas à Andrade Gutierrez como uma compensação pelo pouco espaço em projetos da Petrobras, dominados por Odebrecht e Camargo Corrêa. No caso da usina de Angra 3, no Rio, segundo os delatores, a propina foi direcionada ao almirante Othon Luiz Pinheiro, ex-presidente da Eletronuclear, por meio de uma empresa dele, a Aratec, que é investigada por ter recebido da Andrade Gutierrez R$ 4,5 milhões.
Sobre a contratação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para dar palestras, os dirigentes teriam dito que o serviço foi prestado e que não houve qualquer irregularidade, segundo o jornal.

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