Política

Planilha aponta parte de suposta propina de R$ 52 milhões para Cunha

Publicado em 16/04/2016, às 07h55   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



Planilha que faz parte da delação premiada do executivo da Carioca Engenharia Ricardo Pernambuco Júnior, investigado na Operação Lava Jato, detalha como teria ocorrido o pagamento de parte da suposta propina de R$ 52 milhões ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). De acordo com matéria do G1, a peça faz parte de inquérito autorizado contra Cunha pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, a pedido da Procuradoria-Geral da República.
A planilha foi divulgada nesta sexta-feira (15) pelo jornal "Estado de S. Paulo" e faz parte da delação, revelada pela revista "Época" em dezembro. Ainda coforme o G1, procurado, Eduardo Cunha disse que não vai se manifestar sobre o caso, que o assunto relativo à empresa Carioca é velho e que já se manifestou anteriormente.
A investigação da Procuradoria se baseia nas delações premiadas dos empresários da Carioca Engenharia Ricardo Pernambuco Júnior e do pai dele Ricardo Pernambuco. Segundo os delatores, o peemedebista recebia propina de a partir de recursos do FI-FGTS, um fundo destinado a empresas. A delação foi homologada pelo STF.
Este é o terceiro inquérito contra Cunha. A suspeita da PGR é que o parlamentar tenha solicitado e recebido propina do consórcio formado por Odebrecht, OAS e Carioca Christiani Nielsen Engenharia – que atuava na obra do Porto Maravilha – no montante de cerca de R$ 52 milhões.
Na planilha apresentada pela Carioca são detalhadas 22 transações que somam quase US$ 4,7 milhões. A primeira transferência de dinheiro teria sido feita no Israel Discount Bank no valor de US$ 220 mil. Conforme os delatores, Cunha teria recebido propina no valor de 1,5% dos títulos comprados pelo FI-FGTS, paga em 36 parcelas. O documento entregue aos investigadores mostra depósitos feitos entre agosto de 2011 e setembro de 2014, que teriam sido propina a Cunha.
Ainda segundo as investigações, Cunha era próximo do então vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, que integrava o conselho curador do FGTS. O dinheiro do fundo seria utilizado para permitir as obras do porto.
Para Rodrigo Janot, as informações apresentadas pelos delatores são "robustas" e fundadas, além de depoimentos, em documentos bancários que comprovam transferências, extratos de contas na Suíça, emails e anotações.
Além de abrir o inquérito, o ministro Teori Zavascki também autorizou a coleta de provas.
Fonte: G1

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp