Política

Impeachment enfraquece Rui Costa e fortalece ACM Neto

Publicado em 18/04/2016, às 12h41   Rodrigo Daniel Silva (@rodansilva) e Aparecido Silva (@CydoSylva)



Não será só no Palácio do Planalto que a abertura do processo de impeachment pela Câmara dos Deputados neste domingo (17) trará impactos. Governos alinhados a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) terão também dificuldades nas execuções de parcerias, convênios e de recursos se de fato o Senado aprovar o impedimento da petista.

Na Bahia, o governador Rui Costa (PT), que tem centralizado suas ações com recursos em sua maioria do governo federal, prevê dias difíceis em eventual governo Michel Temer (PMDB). A tese é de governistas baianos que temem uma paralisação da gestão petista na Bahia depois que o estado apresentou maior de votos contra ao impeachment de Dilma.

Do outro lado, a possível chegada de Temer ao Palácio do Planalto fortalece o grupo do prefeito ACM Neto (DEM) por ter o presidente do PMDB, Geddel Vieira Lima, um dos principais articuladores do impedimento de Dilma, como aliado no estado. Nos bastidores do Palácio Thomé de Souza, aliados garantem que Salvador será beneficiada devido ao “entrosamento total” de democrata com o dirigente peemedebista.

Em linha contrária, a avaliação é de que a vida de Rui Costa não será nada fácil. Segundo fontes ouvidas pelo Bocão, a tese de alinhamento entre governos estadual e federal “vai para o espaço”. “O governo do estado depende fundamentalmente dos programas federais e da liberação de financiamento. Tudo passa por Brasília. [Rui e Jaques Wagner] construíram a estrutura de poder aqui na Bahia pelo suporte dado pelo Palácio do Planalto. Isso agora vai mudar de figura”, avaliou uma fonte com bom trânsito na capital federal.

As principais obras do governo do estado tiveram recursos federais, a título de exemplo: Metrô de Salvador, a Rótula do Abacaxi, a Via Expressa e o projeto do VLT. Além disso, Rui Costa tem intensificado sua agenda em Salvador com a construção de contenções de encostas em bairros periféricos com dinheiro oriundo do governo federal.

Neste cenário, ganha força a possibilidade do prefeito ACM Neto desistir da candidatura à reeleição. Isto porque, com Temer na presidência e Geddel e o deputado José Carlos Aleluia (DEM) em possíveis ministérios, o democrata teria forte apoio para disputar o Palácio de Ondina sem ter que abrir mandato de prefeito em 2018. A avaliação é de que fora de um cargo institucional Neto deverá percorrer o interior do estado, fortalecendo a imagem se contrapondo ao projeto de governo do PT.

Colaborou a repórter de Política do Bocão News, Cíntia Kelly.

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