Política

Impeachment: indeciso, Cristovam Buarque diz que país está preso num labirinto

Publicado em 09/05/2016, às 20h14   Eliezer Santos (Twitter: @eliezer_sj)


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Ainda indeciso sobre a ocorrência de crime de responsabilidade fiscal por parte da presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) mostrou pouco otimismo na previsível aprovação da abertura do processo de impeachment no Senado, mas disse que não “pode passar a mão pela cabeça” do governo.
“Estamos discutindo aspectos urgentes, mas não fundamentais. Estamos presos num labirinto. Abrir o processo é um caminho”, relatou, direto de Brasília em entrevista ao programa Se Liga Bocão, na Itapoan FM, nesta segunda-feira (9). 
E completou. “Não se pode passar a mão na cabeça e esquecer o conjunto da obra. Ela [Dilma] se afasta e a gente vai investigar com profundidade. Em termos imediatos é preciso eleições diretas. Agora, precisa da metade mais um, mas depois serão dois terços. Hoje são 20 votos com Dilma aconteça o que acontecer. Depois só precisa de mais oito. Não estou convencido de duas coisas: de que foi crime e de que o povo não vai entender que foi crime. Se tiver um cheirinho de golpe é muito ruim para a democracia”, explicou, ao falar que votará a favor do impeachment na votação prevista para esta quarta-feira (11).
Buarque prevê que o desgaste com o andamento do processo causará prejuízos que ultrapassam à figura da presidente e figuras do governo. “Esse impeachment vai sacrificar várias carreiras. Uma geração está sendo enterrada debaixo do impeachment, não é só a Dilma. A República enlouqueceu, está sofrendo de desequilíbrio nervoso e não estamos enfrentando essa doença”.
Buarque ainda criticou a participação do PPS na construção da possível gestão Temer. “Meu partido está cometendo um erro de entrar no governo Temer. Acho que a gente não deveria ter ministérios. Precisamos construir uma alternativa, dentro do governo Temer vai sair difícil encontrar essas alternativas. Saí do PDT porque ele virou um puxadinho do PT”, desabafou, ao confirmar que o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire, foi convidado por Temer para assumir o ministério da Cultura.  

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