Política

Peemedebista vota contra a “besteira do impeachment da presidente”

Publicado em 11/05/2016, às 21h10   Juliana Nobre (@julianafrnobre)



O senador Roberto Requião (PMDB-PR) foi o sexto peemedebista a votar na admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), mas ao contrário dos seus correligionários, Requião foi contra ao processo que chamou de “besteira do impeachment da presidente”.

Ao justificar o voto, o senador reconheceu que criticou a política econômica do Governo Federal, mas mesmo assim, vê um desastre se aproximando. O senador criticou ainda a proposta de Michel Temer, afirmando que “toda a proposta é neoliberal, fala em cortes, é a mesma que levou à crise em países europeus, liquidou a Grécia”.

"Uma insatisfação potencializada pela extraordinária agressão da imprensa, embalada por interesses geopolíticos dos países que disputam no mundo a hegemonia, o desespero pela posse das reservas minerais do Brasil, do petróleo, a utopia neoliberal, que é a moderna fantasia que toma conta da nossa mídia e que embala alegremente uma boa parte do Congresso Nacional. Essa insatisfação foi também alicerçada por uma relativa inabilidade da nossa Presidente da República nos seus contatos com o Congresso Nacional".

Requião reconheceu que ajudou na campanha de eleição da presidente Dilma, mas se sente frustrado com o desempenho dela. “Me sinto igualmente frustrado, pois os compromissos de campanha não foram cumpridos. Ela cumpriu o governo de arroxo do PSDB. Hoje dizem que vão consertar o governo com remédios, mas quais são os remédios? Os mesmo que do PMDB, os mesmos que os do PSDB. Para mim, o remédio seria o governo de coalizão e a discussão entre os partidos políticos. Então, os remédios anticíclicos são os remédios que deveriam ser aplicados no Brasil, mas toda essa visão liberal que repousa no Congresso Nacional, no Senado e que estava incrustada no Governo da República, de uma hora para outra, Senador Anastasia, se transforma no suporte decisivo do impedimento da Presidente da República”, defendeu.

O senador defendeu ainda a base legal do impeachment da presidente. "Então, nós estamos diante de um impasse, mas esse impasse pode ser resolvido por um processo de impedimento sem base legal, pela quebra de um processo democrático que se consolida nos últimos anos? A mim parece que não. Mas eu fico mais preocupado ainda, a minha preocupação se magnifica quando eu vejo que nós estamos num processo sem esperança. Qual é a alternativa do sucesso do impeachment? O meu amigo Michel Temer, Vice-Presidente da República, Presidente do meu Partido, assume a condução dos negócios da República – Presidente Michel Temer –, mas assume suportado por uma série de ideias que foram publicadas no Ponte para o Futuro e reveladas em entrevistas dos seus auxiliares mais próximos, que são as ideias vinculadas à utopia neoliberal: vamos reduzir a idade para a aposentadoria! Magnífico, Senador Renan! Eles propõem 65 anos para viabilizar uma aposentadoria. Sabem vocês, Senadores, qual é a idade média dos homens no Estado do Presidente Renan, em Alagoas? É 65 anos e 8 meses. Então, os alagoanos estariam condenados, se sobrevivessem, na média, a terem 8 meses de uma aposentadoria depois de uma contribuição na vida inteira".

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp