Política

Via Bahia pagou R$ 6,2 milhões para empresa investigada na Lava Jato, diz jornal

Publicado em 27/05/2016, às 12h44   Redação Bocão News (twitter: @bocaonews)


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A empresa Via Bahia Concessionária de Rodovias S.A., que administra a BR-324 entre Salvador e Feira de Santana e a BR-116 no trecho entre Feira e a divisa com Minas Gerais é a mais nova enrolada na Operação Lava Jato. Na 30ª fase da força-tarefa, deflagrada esta semana e batizada de "Operação Vício", os investigadores passaram a focar na movimentação financeira da Credencial Construtora Empreendimentos e Representações e abrem novas frentes de apurações sobre a corrupção sistêmica no governo federal.

De acordo com publicação desta quinta-feira (26) do jornal O Estado de S. Paulo, a Via Bahia, que ganhou as licitações para administrar as rodovias baianas na gestão do ex-presidente Lula em 2009, repassou para a empresa Credencial em 2013 um total de R$ 6,2 milhões. Segundo os investigadores, a firma aberta em 2004 com sede em Sumaré (SP) é “uma lavanderia de dinheiro” e as empresas que fizeram depósitos na conta da investigada revelarão novos tentáculos do esquema, descoberto na Petrobras, em outros setores, como as concessões de rodovias.

A ViaBahia foi formada pela espanhola Isolux Corsán Concesiones e pelas brasileiras Engevix – integrante do cartel denunciado na Lava Jato – e da Encalso. Na quebra de sigilo aparece também R$ 2,9 milhões repassados, entre 2010 e 2011, para a Credencial por uma empresa de nome Isolux Projetos e Instalações, ligada à Isolux espanhola.

A área de concessões de rodovias foi apontada pelo primeiro delator da Lava Jato, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em sua delação premiada, em agosto de 2014, como alvo de acertos. Segundo ele, obras em ferrovias e aeroportos também estavam condicionadas às composições com políticos da base do governo, em especial o PT, PMDB e PP.

“Ela (Credencial) recebeu mais de R$ 30 milhões. A maior parte da quantia era, na sequência revertido em transferências para contas dos donos e os valores sacados”, afirmou o procurador da República Roberson Pozzobon, da equipe da Lava Jato. A força-tarefa não tem dúvidas de que a Credencial era uma empresa especializada em fornecer notas para ocultar propinas e ilícitos.

Em nota enviada ao jornal paulista, a Via Bahia informou que contratou a Credencial em 2013 para prestação de serviços. “Em 2013, existia um contrato de prestação de serviços”, explicou. Questionada sobre quais serviços foram executados, a concessionária respondeu que se tratava de "assessoria técnica na área de projetos de engenharia”. A empresa informou  ainda que “o contrato foi firmado pelos sócios da Credencial à época” e que atualmente, “houve alteração do corpo técnico e diretivo da ViaBahia”.

Publicada originalmente às 12h do dia 26 

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