Política

Delação da Odebrecht liga Guido Mantega e Palocci a lista de propinas

Publicado em 05/06/2016, às 07h47   Redação Bocão News


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Quando descobriu que a Odebrecht tinha um departamento especializado em pagar propinas, a Polícia Federal encontrou uma mina de provas, materializadas em planilhas com valores, e alguns enigmas, já que os agraciados com suborno eram tratados por codinomes. Um desses codinomes, "Italiano", foi interpretado pela PF como sendo o ex-ministro Antonio Palocci, mas quem seria um certo "Pós-Itália", citado também em anotações de Marcelo Odebrecht?
De acordo com informações da Folha, executivos do grupo Odebrecht vão afirmar em acordo de delação que "Pós-Itália" é o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, segundo a Folha apurou junto a profissionais que trabalham no acordo que a empreiteira negocia com a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba e a Procuradoria Geral da República em Brasília. Palocci e Mantega foram ministros da Fazenda nos governos de Lula e Dilma, respectivamente. Com Dilma, Palocci chegou a ocupar o segundo posto do governo, ao chefiar a Casa Civil.
Em um e-mail de um funcionário da empreiteira interceptado pela PF, o codinome "Italiano" aparece associado ao valor de R$ 6 milhões, enquanto o "Pós-Itália" teria recebido R$ 50 milhões para repassar ao PT. O documento, intitulado "Posição Programa Especial Italiano", seria a indicação de propinas pagas ao partido entre 2008 e 2012, de acordo com interpretação da PF e dos procuradores. Em 31 de junho de 2012, os pagamentos supostamente ilícitos somavam R$ 200 milhões. A PF não sabia quem era "Pós-Itália", segundo relatório de fevereiro deste ano: "ainda não logramos êxito na identificação do indivíduo designado por tal nome".
As planilhas foram elaboradas por Maria Lucia Tavares, secretária da Odebrecht que cuidava do controle do pagamento de propina, inclusive no exterior. Depois de ser presa em fevereiro, ela firmou acordo de delação premiada com a Justiça passando a fornecer detalhes sobre o setor da empreiteira voltado para pagamento de propina. Os valores seriam repasses para campanhas do PT e também para o marqueteiro João Santana por meio de caixa dois. A mulher de Santana, Mônica Moura, também negocia acordo de delação com procuradores da Lava Jato e confirmou a suspeita da PF de que "Italiano" é Palocci.
O advogado de Antonio Palocci e Guido Mantega, José Roberto Batochio, diz que a citação de seus clientes na delação de executivos da Odebrecht não passa de ilação sem qualquer fundamento.

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