Política

Possível ausência de Tia Eron no Conselho de Ética favorece Cunha

Publicado em 07/06/2016, às 11h03   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



Único voto ainda não tornado público no processo contra o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética, a deputada Tia Eron (PRB-BA) será decisiva para a cassação ou não do pemedebista. Se Eron não votar a favor da perda do mandato, a punição será a suspensão temporária. Se Tia Eron, que tem reclamado a correligionários da pressão sofrida nos últimos dias, preferir não aparecer na comissão e a votação ocorrer nesta terça-feira, o resultado estará dado também: a suspensão, sem cassação do mandato. Isso porque o primeiro suplente do bloco composto pelo PRB a registrar presença foi Carlos Marun (PMDB-MT), aliado do pemedebista.
Marun registrou presença na comissão às 9h17 e terá a preferência para votar em caso de ausência de algum dos titulares. Onyx Lorenzoni (DEM-RS), favorável à cassação e também integrante do bloco, marcou presença 33 segundos depois. O placar está 10 a 9 a favor de Cunha. Se Tia Eron votar pela cassação, haverá empate e o voto de desempate se o voto de desempate será do presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), adversário de Cunha.
Se Tia Eron votar contra a cassação, a pena será a suspensão defendida por aliados do pemedebista. O deputado João Carlos Bacelar (PR-BA) apresentará um voto em separado pela suspensão de Cunha por 60 a 90 dias, que será a punição defendida por aliados do pemedebista. Bacelar ainda não chegou à sessão e não está claro se o parecer seria também pela perda de prerrogativas, o que levaria ao afastamento definitivo da presidência da Câmara e nova eleição para o cargo.
A comissão iniciou os trabalhos nesta terça-feira para votar o parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) que pede a cassação do pemedebista por quebra de decoro parlamentar, ao omitir da CPI da Petrobras supostas contas que possui no exterior. Cunha nega ter mentido e diz que o dinheiro está em um trust, espécie de fundo de investimento, e não em seu nome.
Aliados de Cunha dizem que pretendem votar ainda nesta terça-feira o relatório e alguns nem se inscreveram para discursar no conselho, com vistas a apressar a votação. Já seus adversários avaliam a melhor estratégia e podem tentar empurrar a votação para outro dia, fazendo apenas a discussão nesta terça-feira.

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