Política

Odebrecht: dois irmãos baianos teriam participado da divisão de propina

Publicado em 20/06/2016, às 07h20   Redação Bocão News



Um esquema de pagamento de propina a políticos e ex-funcionários da Petrobras protagonizado por Odebrecht, com participação do Grupo Petrópolis, movimentou U$ 117 milhões entre 2008 e 2014, segundo investigações da Operação Lava Jato.
A Polícia Federal acredita que o valor citado estaria relacionado a 27 transferências bancárias efetuadas em um paraíso fiscal. A Odebrecht abriu uma conta offshore, em nome da empresa Klienfeld Services, em um banco no arquipélago caribenho de Antígua e Barbuda.
Banco no Caribe
Segundo informações publicadas pelo site O Antagonista, nesta segunda-feira (20), a Odebrecht comprou um banco no Caribe para realizar pagamentos de propina. O administrador desse banco, Vinicius Borin, delatou o esquema.
O site explica que a empreiteira remetia o dinheiro para o banco e, de lá, ele era depositado nas contas de doleiros, que repatriavam a propina. Além disso, a rede de doleiros incluía um chinês chamado Wu-Yu Sheng, responsável pela Operação Dragão, e dois irmãos baianos chamados Sadir e Amir, que tocavam as operações Kibe e Esfirra.
O Antagonista revela também que o banco da Odebrecht no Caribe distribuiu propina a uma rede de doleiros, os quais se escondem em offshores sediadas em paraísos fiscais.
A publicação ainda afirma nesta segunda-feira (20), que a empreiteira chamava a propina de "acarajés", mas o gerente de seu banco no Caribe disse que o dinheiro tinha outro apelido: "baianas".
Cervejaria da empreiteira 
O dono da cervejaria Petrópolis, Walter Faria, já havia sido associado ao pagamento de propinas da Odebrecht. Ele era acusado de ter recebido uma parte do depósito de U$ 117 milhões da empreiteira no exterior e, em seguida, distribuído o dinheiro no Brasil. Agora, segundo o site, o sobrinho dele, Vanuê Faria, diretor financeiro da Petrópolis, pensou em se tornar sócio do banco da Odebrecht no Caribe, possuindo U$ 50 milhões em sua conta.
Distribuição de dólares
O site afirma que a RFY do doleiro Leonardo Meirelles, que deu U$ 5 milhões ao presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu U$ 5.357.000 em depósitos da empreiteira. Já a Splendid Core, que já havia surgido na denúncia contra o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, recebeu U$ 2.065.910 do banco da Odebrecht. A Enterprise Tech Industries, do doleiro Nelson Ribeiro, recebeu outros U$  2.619.839. No entanto, segundo o site, há inúmeras contas cujos beneficiários ainda não foram revelados, como a Palmview Management (que recebeu mais de U$ 5 milhões), ou a Kateland International (U$ 5,5 milhões), ou a Sabrimol Trading (U$ 8 milhões).

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