Aos 45 do segundo tempo, Alice agrupa esquerda e desenha estratégia contra Neto

O lançamento da campanha de Alice Portugal (PCdoB) à prefeitura de Salvador mostrou a unidade da esquerda que não era possível se identificar durante todo processo de construção das campanhas.

O evento que aconteceu neste domingo (31) mostrou afinidade entre os discursos do PCdoB, PT, PSB e PSD – ainda que todos esses partidos guardem singularidades. O indicativo de que a tônica da campanha deve vir das críticas aos gastos do prefeito ACM Neto nas orlas de Salvador – sobretudo Rio Vermelho e Barra – foi facilmente incorporada por Alice e partiu do governador Rui Costa.

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A pretensa falta de sensibilidade social, a vida abastada de Neto, o enfrentamento ao “golpe” e a ocupação dos "vazios" deixados pela prefeitura devem ser as armas dos partidos mais à esquerda contra o demista, que já sofre com a pecha de “golpinho” – apelido dado por Alice a Neto e que junta uma referência à sua baixa estatura e o apoio ao impeachment de Dilma.

A escolha da deputada estadual Maria de Carmen para a vice, apesar de apressada e feita aos 45 minutos do segundo tempo, também pode resguardar Alice. Acusada por Neto de não conhecer a cidade – por ser deputada federal há muitos anos – Alice terá ao seu lado uma ex-secretária e Ação Social e ex-chefe da Conder que, como ressaltou a senadora Lídice da Mata (PSB), conhece Salvador “por cima e por baixo”.

Com a dobradinha feminina, Rui apelará também para a estratégia que o ajudou a ser governador da Bahia: apelar para o emocional. O “garoto da Liberdade” pediu para Alice ser uma “mãe” para Salvador. Resta saber se a cidade irá se deixar adotar.

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