Política

Rui Costa defende Lula e critica denúncia "sem provas" do MP

Publicado em 17/09/2016, às 09h32   Cíntia Kelly


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Ao ser indagado se a vinda de Lula poderia alavancar a candidatura de Alice Portugal (PCdoB) à prefeitura de Salvador, apesar da denúncia do MPF contra o ex-presidente, o governador Rui Costa foi evasivo. “Se ele [Lula] pudesse, queria que passasse 30 dias me acompanhando em todas as atividades políticas e administrativas. Se isso te responde...Eu quero saber quem foi o presidente da República da história que mais fez pela Bahia do que ele e Dilma Rousseff. Se alguém me apontar um, eu declino da minha opinião”, disse, durante inauguração do centro de imagem do Hospital Geral de Camaçari, na manhã desta sexta-feira (16).

Rui aproveitou para descredibilizar a denúncia dos procuradores da Lava Jato. A frase “não há provas, mas temos convicções”, sobre a denúncia envolvendo o ex-presidente Lula, não foi digerida pelo governador. “Quero manifestar a minha solidariedade e confiança a Lula. Faz mal ao Brasil, à democracia, ao estado de direito, quando alguém que deveria cuidar estritamente da Constituição Federal e da Lei, convoca uma coletiva e ele começa [a explanação] dizendo ‘não esperem ver aqui provas do que vou apresentar’. Ora, a função de quem acusa não é apresentar provas? Imagine se meus delegados a cada prisão que fizesse dissessem que não tem prova, mas convicção de que foi aquela pessoa que matou. Isso é a desmoralização de uma instituição rica e belíssima que é o Ministério Público”, contextualizou Rui Costa.

O governador aproveitou para criticar o partidarismo do Ministério Público e usou como exemplo a apreensão de 450 kg de cocaína em um helicóptero da Limeira Agropecuária, empresa do deputado estadual por Minas Gerais Gustavo Perrella (Solidariedade), filho do senador e ex-presidente do Cruzeiro Zezé Perrella (PDT-MG). Um caso, segundo ele, explicito de ‘dois pesos e duas medidas’.

“O Brasil quer saber porque o helicóptero do senador estava na mão de um traficante com 400 quilos de cocaína. Em um caso você não tem prova, mas convicção (a denúncia de Lula), no outro, tem prova e convicção, sabe de quem era a droga, de quem era o helicóptero e para onde a droga iria. O que mantém uma democracia estável é a confiança nas instituições. Não dá para confiar no comportamento político de alguns membros do sistema judiciário como estamos vendo”.

Publicada originalmente às 14h em 16/09/2016

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