Política

Renan nega conhecer proposta que anistia políticos na mira da Lava Jato

Publicado em 21/09/2016, às 06h22   Folhapress


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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou nesta terça-feira (20) ter qualquer tipo de influência na tentativa da Câmara de votar o projeto que poderia anistiar políticos envolvidos na Lava Jato. 
"Eu não fui informado do que conteria essa proposta, sinceramente. Não participei em nenhum momento dessa decisão [de pautar a proposta]. Eu não sei de nada, o que se pretende, qual é o texto, se é eficaz, em que momento vai votar. Isso não chegou ainda ao Senado", afirmou o senador. 
A proposta entrou de surpresa na pauta da Câmara desta segunda (19) com uma articulação que envolveu líderes e integrantes dos principais partidos com representação na Casa. 
A votação acabou não ocorrendo devido a uma forte reação de siglas menores, PSOL e Rede, e deputados isolados, como Jorge Sola (PT-BA), único petista a se manifestar contrário. 
Embora o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estivesse interinamente na cadeira de Michel Temer, na Presidência da República, uma matéria dessa magnitude não teria condições de ir ao plenário sem a anuência do deputado, a quem cabe definir a pauta. 
Além disso, a reportagem apurou que o acerto dos deputados envolvia também a promessa de que o texto seria apreciado no Senado ainda nesta terça. 
Prova disso foi a demora do senador Renan Calheiros em seguir para a Câmara e iniciar a sessão do Congresso Nacional, que acabou transferida para esta terça. Caso o presidente do Senado abrisse os trabalhos conjuntos, os deputados seriam obrigados a parar as discussões sobre a proposta que poderia culminar na anistia. 
O presidente do Senado foi citado em delações premiadas. Em junho, prestou depoimento à força-tarefa que busca identificar se ele foi beneficiado com propina em acordo da estatal. 
Renan voltou a negar que o fato de não ter aberto a sessão do Congresso -deputados e senadores foram convocados para às 19h- tenha a ver com algum acordo referente ao projeto em questão. 
"Não é culpa minha, a sessão não foi aberta porque a Câmara deu continuidade aos seus trabalhos. Eu cheguei a ir ao plenário, quando fui informado de que a Câmara estava funcionando, eu voltei." 
Estava agendada para às 11h desta terça a sessão do Congresso que não ocorreu na segunda, enquanto os deputados discutiam o texto do "salvo-conduto" aos políticos na mira da Lava Jato. Até 14h, contudo, não havia quórum para a reunião.

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