Política

Alunos da Jorge Amado processam Jean Wyllys

Imagem Alunos da Jorge Amado processam Jean Wyllys
Deputado federal é acusado de humilhar e reprovar sem base os universitários   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 05/07/2011, às 13h34   Redação Bocão News


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O baiano e deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ) está sendo processado por seis alunos da Faculdade Jorge Amado, em Salvador. O parlamentar é acusado de humilhar, perseguir e reprovar sem base os universitários da turma noturna, que agora cursam o 6º semestre, segundo informações veiculada no blog Mentirosos do Brasil nesta terça-feira (5).

Ainda segundo o blogueiro, os advogados dos estudantes afirmam que não foram poucas as insultas feitas por Wyllys para humilhar seus alunos, uma delas o professor chegou a dizer que os estudantes “deveriam procurar outra profissão para seguir como porteiro, caixa de supermercado, vendedor… pois jamais seriam jornalistas”... que vocês não tem condições nem competência para estar fazendo o curso de Jornalismo”.

O comportamento do deputado, conforme o blog, teria feito alguns alunos desistirem do curso e outros pedirem transferência para outra faculdade. Na ação, que corre na 4ª Vara Federal da Bahia, sob nº 2005.33.00.000662-5, há registro de que Jean ignorava os universitários nas aulas e ironizava as dúvidas dos alunos.

Leia trechos da ação. Os nomes de advogados e alunos foram omitidos a pedido.
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DA JUSTIÇA FEDERAL -- SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SALVADOR-BA.
REQUERENTES: (...)
vêm respeitosamente, à presença de Vossa excelência, por seus advogados ao final assinado, profissionais legalmente constituídos pelas inclusas procurações1 proporem a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS – MATERIAIS E MORAIS, dentro do rito ORDINÁRIO, CONTRA
REQUERIDA:
ASSOCIAÇÃO BAIANA DE EDUCAÇÃO E CULTURA – ASBEC, entidade mantenedora das FACULDADES JORGE AMADO, pessoa Jurídica de direito privado, CNPJ nº 01. 120. 386/0001-36, devendo ser citado na Av. Governador Luiz Viana Filho, 6775, Paralela - Salvador-BA.
LITISCONSORTE NECESSÁRIO: JEAN WYLLYS DE MATOS SANTOS, brasileiro, solteiro, devendo ser citado na REDE GLOBO DE TELEVISÃO, estabelecida Rua Jardim Botânico, 266/409 – RJ - já que o litisconsorte é um dos participantes do programa BIG BROTHER BRASIL 5;
LITISCONSORTE: UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público, com sede na Rua Mulunguns, 32, Caminho das Arvores, Salvador- Bahia, por ato do MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA.
Expondo e ao final requerendo o quanto se segue:
DO LISTISCONSÓRCIO NECESSÁRIO
Mister se faz esclarecer que em vista de todas as normas e controles quanto ao Exercício e Regulamentação da Profissão de “Nível Superior” ser de competência exclusiva do Ministério de Educação e Cultura Federal e, sendo esta a co-responsável pelo gravame e danos sofridos pelos Requerentes, cuja responsabilidade solidária é manifesta, não só por “omissão” como também por culpa “in vigilendo” de modo que a entrega da tutela jurisdicional ora requerida, alcançará e deverá ser uniforme para “ambas”. Uma vez que caber a Litisconsorte a fiscalização normatização e autorização para o funcionamento do Ensino Superior, máxime quanto ao Corpo Docente, portanto, permissa vênia, de inteira responsabilidade do MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO E CULTURA, causando os prejuízos suportados pelos autores, além dos danos morais e psicológicos daí decorrentes e subseqüentes, necessário a formação litisconsorcial, nos moldes do CPC, vigente.
DO PEDIDO DE ASISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Requerem os Autores lhes sejam concedidos os benefícios da assistência judiciária gratuita, previstos no art. 3º da Lei 1060/50, uma vez que declaram, sob as penas da lei, ser pessoas pobres, sem condições de arcar com as custas e ônus da presente demanda sem prejuízo do sustento próprio e da família, nos termos do parágrafo único do art. 2º do dispositivo legal já mencionado, estando esses patronos que os representam, postergando seus honorários se houver ganho de causa.

DOS FATOS
Os requerentes acima qualificados, submeteram-se a concurso vestibular, sendo regularmente matriculados na Faculdade Jorge Amado, como atestam os contratos em anexo, no curso de Comunicação Social com Jornalismo – Turno Noturno - estando os mesmos cursando no momento o 6º semestre letivo.
Os Autores são alunos exemplares que tem atendido às exigências de cada disciplina, obtendo as notas exigidas pela instituição para aprovação na grade curricular, a cada semestre letivo, sempre pagando em dia suas mensalidades, salvo raras exceções, sempre adimplindo a cada renovação de matrícula para o semestre subseqüente.
Acontece que desde o 2º ano os autores vêm tendo problemas com alguns dos professores que compõem o corpo docente da Faculdade. Trata-se dos professores JEAN WILLYS, AMARANTA CÉSAR e JUSSILENE SANTANA que passaram a discriminar muito dos alunos que faziam parte da turma do 3º semestre noturno, chegando inclusive a “alardear” para outros turnos, numa flagrante demonstração de discriminação por serem alunos noturnos e vocacionados.
A postura de tais profissionais atingiu em cheio a honra, a dignidade, a intimidade, o sentimento íntimo dos alunos que se viam obrigados a ter que aturar os destemperos e condicionamentos, loucuras, agravos, humilhações, pressões psicológicas, ameaças infundadas de seus mestres, sob pena de serem reprovados na matéria e até impossibilitados de concluir o curso, numa flagrante demonstração de “perseguição” sem contudo, atentar para os prejuízos financeiros advindo de seus atos, não muito educacionais.
Tais agressões eram concretizadas de forma verbal em sala de aula, com acusações em tom de voz “alterado”, agressivo e ameaçador, bem como através de anotações feitas no corpo das provas realizadas pelos alunos, sempre com critério subjetivos de avaliação, na maior parte das vezes em reprovação, não obstante o esmero dos alunos para adequarem seus estudos aos “costumes” e ideologias de seus “mestres”.
Não foram poucas as oportunidades em que o professor Jean Willys dirigiu-se a um pequeno grupo de alunos e disse-lhe que “deveriam procurar outra profissão para seguir como porteiro, caixa de supermercado, vendedor… pois jamais seriam jornalistas” , “ que vocês não tem condições e competência para estar fazendo o curso de Jornalismo”.
Tais afirmações em sala de aula perante toda uma classe foi altamente desprezível e doloroso para os alunos requerentes que tiveram sua honra, sua imagem perante os demais colegas, seus sonhos e desejos profissionais jogados no chão e pisados. O comportamento do professor foi abominável ao ponto de alguns alunos desistirem de fazer o curso e ainda outros pedirem transferência para outra faculdade, o que não é a solução, já que foram aprovados em concurso vestibular, onde venceram a concorrência, quando da aprovação e matrícula, portanto totalmente impertinente e “grosseiro” a atitude dos professores nominados., cujo despreparo acadêmico é notório (ante esses procedimentos abomináveis...)
Tais irrogações ofensivas eram feitas constantemente pelo professor Jean Willys que não fazia questão de esconder ou disfarçar sua preferência por outros alunos. Na realidade todos sentiam que o profissional dividia a turma em dois pólos: um, dos competentes, inteligentes, capazes e outro, dos persistentes que jamais realizariam o sonho de colar grau no curso que faziam.
Assistir as aulas do professor era um sacrifício para os requerentes, um martírio, pois tinham que ouvir todas aquelas palavras que feriam o sentimento íntimo, que diminuíam-lhe o valor, que atormentavam sua paz, que desvalorizavam seu esforço e que jogava por terra seus sonhos. Isto porque volta e meia o professor fazia comentários abusivos e irônicos olhando para os demais alunos e para os autores, como se aquelas palavras fossem dirigidas a eles, e sempre com tom irônico e olhar reprovador, demonstrando sempre a iminência da reprovação, por mais que se dedicassem os alunos autores.
Participar das aulas pior ainda. Tratava-se de batalha sofrida já que o profissional ignorava os questionamentos dos alunos ou ironizava as dúvidas e ponderações feitas. Sem contar com a chacota através de comentários infelizes como ..”alunos insuportáveis, incompetentes, que caíram na faculdade de paraquedas etc..”, sempre dirigidas aos outros alunos da turma “os queridinhos e capazes” ou mesmo em outros TURNOS, que entendiam ser superior por ser matutino.... ou mesmo não se sabe o motivo de tal procedimento pelos professores.

Foto: Agcamara

Classificação Indicativa: Livre

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