Política

Braskem vai negociar delação premiada nos EUA e no Brasil

Publicado em 05/10/2016, às 06h57   Redação Bocão News



A Braskem, indústria petroquímica que tem 38% de seu capital controlado pela Odebrecht, anunciou nesta segunda-feira (3) que começou a negociar acordos nos EUA e no Brasil para encerrar processos em que é acusada de ter pago propina a políticos e executivos da Petrobras, de acordo com informações da Folha. A empresa busca um acordo nos EUA porque negocia ações na Bolsa de Nova York e pode levar multas bilionárias se ficar provado que lesou investidores de lá.
Segundo o jornal, um dos nomes que a empresa deve citar como beneficiário de suborno é o do ex-ministro Antonio Palocci. Preso pela Operação Lava Jato no último dia 26, Palocci é acusado de ter intermediado propinas da Odebrecht para o PT no valor de R$ 128 milhões, o que a sua defesa nega.
Relatório da Polícia Federal levanta a suspeita de que a Braskem fez pagamentos ilícitos ao marqueteiro João Santana, que cuidou das campanhas de Lula em 2006 e de Dilma Rousseff em 2010 e 2014. A suspeita em torno de Santana se baseia em registros encontrados no que a força-tarefa da Lava Jato chama de "departamento de propina" da Odebrecht.
Havia a informação de que o pagamento fora ordenado por Marcelo Odebrecht para Santana e sua mulher, Mônica Moura, de acordo com a PF. A Braskem aparecia como BRK e BK. Uma mensagem recuperada dizia: "BRASKEM Pagou 500 (30/07) + 500 (../8)".
A Braskem não quis comentar as acusações contra a empresa e disse o seguinte em nota: "A Braskem está dando um passo importante no caminho para a resolução dessa questão". O advogado de Antonio Palocci, José Roberto Batochio, rebate que seu cliente seja o "Italiano" e nega que ele tenha intermediado propina para o PT. A Folha não conseguiu localizar a defesa do ex-marqueteiro de campanhas petistas João Santana.

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