Política

Com pouco trabalho, AL-BA já discute presidência do Legislativo de 2017

Publicado em 11/10/2016, às 17h20   Luiz Fernando Lima / Alexandre Galvão



Os trabalhos na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) estão sendo retomados gradativamente após o “recesso branco” destinado à eleição de prefeitos e vereadores. A pauta com três projetos enviados pelo Executivo andou já nesta terça-feira (11) para que se possa dar uma mínima resposta aos cidadãos. O projeto que perdoava dívidas com o Baneb em até R$ 10 mil foi aprovado.
Já as comissões ainda não voltaram. Nesta semana nada que possa ser considerado importante foi pautado ou discutido com profundida pelos onerosos colegiados estruturados com esta finalidade e que mantém a tradição de funcionarem efetivamente quando há interesse do Palácio de Ondina em alguma matéria.
Se por um lado as atividades legislativas estão em “compasso de espera”, por outro as movimentações para a eleição da mesa-diretora, marcada para fevereiro, já saíram da inércia sob a justificativa de que é preciso criar uma alternativa de comando ao presidente Marcelo Nilo (PSL). 
Sentado na cadeira central do Palácio Luís Eduardo Magalhães desde 2007, Nilo é conhecido como o “presidente do sindicato dos deputados”. Na hora da bola dividida, a oposição ou o governo acabam dando os votos necessários para mantê-lo na função. Foi assim em 2007, 2009, 2011, 2013 e 2015. 
A antecipação do debate acontece como estratégia para tentar construir uma alternativa viável. Contudo, para isso acontecer será necessário que algum candidato da oposição consiga tirar votos da bancada governista. Hoje são 20 ou 21 votos da minoria. 
O PT teve como candidato na última eleição, Rosemberg Pinto, que não conseguiu conquistar o apoio dos aliados fora do partido e acabou retirando o nome na “hora de fazer história”. Por enquanto, o petista diz que está fora. “Se para oposição está bom, para a população está bom, para o governo também, não serei eu que vou me indispor”.
No campo dos adversários de Rui Costa, Marcell Moraes (PV), tenta se viabilizar. Havia marcado conversas com Sandro Régis, líder da bancada para segunda-feira (10). O encontro foi reagendado para esta terça (11), no entanto, a data foi marcada por almoço com o prefeito ACM Neto (DEM) que teve como tema central as discussões sobre o resultado eleitoral.
Deputados ouvidos pela reportagem dos dois agrupamentos político, pendido para que os nomes não sejam revelados, dizem no anonimato que só encaram apoiar outro nome que não o de Nilo se houver possibilidade de vitória. Sobre Marcell Moraes o que se ouve é que não haveria aglutinação em torno de suas intenções. 
Na Assembleia, ao que parece, um dos fatores determinantes para se presidir o Poder é a capacidade de distribuir os espaços dentro do próprio Legislativo, além da relação de “toma lá dá cá” com o Poder Executivo. 
Portanto, o deputado que reúne as condições de manter a palavra dada e de pressionar o governo no momento conveniente para o colegiado de 63 ou de um para que seja liberada uma obra em uma prefeitura específica ou outra demanda de interesse de um parlamentar é sempre bem visto pelos colegas.
Esta dinâmica própria tem sido mais importante para a escolha do presidente que o desgaste público em votar num dirigente com cinco mandato que caminha para disputar o sexto. Neste sentido, as movimentações de bastidores estão acontecendo para se tentar construir uma postulação com condições de enfrentar Nilo, entretanto, asseguram deputados ouvidos pela reportagem, este nome ainda não apareceu.

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