Política

Colérico, Marcelo Odebrecht vê seu acordo de delação obstruído em três pontos

Publicado em 16/10/2016, às 16h23   Redação Bocão News


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Três pontos travam o acerto para uma delação premiada do empreiteiro baiano Marcelo Bahia Odebrecht na operação Lava Jato. Colérico nas últimas semanas por conta dos entraves, o ex-executivo da empresa não consegue acordo com os procuradores da força-tarefa em relação ao seu tempo de prisão pós-delação. 

Neste impasse, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo deste domingo (11), Marcelo insiste na tese de que já permaneceu muito tempo preso e, em troca do acordo, pediu para ficar 2 anos e meio preso, descontado o um ano e quatro meses que se encontra na detenção em Curitiba. Para os agentes da Lava Jato, ele precisa ficar ao menos mais dois anos e meio em regime fechado.

Condenado em um primeiro processo julgado pelo juiz Sérgio Moro a 19 anos de cadeia, Odebrecht ainda é investigado em outros processos do escândalo Petrobrás, que fará sua pena ultrapassar os 50 anos de condenação, se somadas. 

O segundo ponto delicado na negociação diz respeito à responsabilidade do empreiteiro nos crimes praticados pelo Setor de Operações Estruturadas, chamado por investigadores de “departamento do propina”. A força-tarefa diz ter provas da participação direta de Marcelo na profissionalização da área, bem como de sua responsabilidade sobre pagamentos de corrupção e caixa 2 efetuados e pela lavagem de dinheiro realizada. Por sua vez, a defesa do empresário alega que o departamento funcionava mesmo sem a intervenção do presidente do grupo.

O terceiro entrave trata das possíveis ações de contrainteligência adotadas pela empreiteira desde o início da Lava Jato, em 2014. A força-tarefa quer ouvir de Marcelo detalhes das ações de obstrução e embaraço às investigações e as ofensivas extrajurídicas de ataques à investigadores como a suposta compra de informações de conversas de delegados da Lava Jato em redes sociais e dossiês que tiveram ainda o juiz Sérgio Moro como alvo. 

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