Política

Parentes de Geddel integram defesa de prédio barrado pelo Iphan na BA

Publicado em 23/11/2016, às 06h22   Redação Bocão News


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Um primo e um sobrinho do ministro Geddel Vieira Lima atuam como representantes do empreendimento La Vue junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), de acordo com o jornal Folha.  O La Vue, que está sendo erguido numa das áreas mais nobres da capital baiana, a Ladeira da Barra, virou alvo de polêmica após o pedido de demissão do ministro da Cultura, Marcelo Calero.
O jornal detalha que Geddel disse na ocasião ter um apartamento no local, mas suas ligações com o empreendimento são na verdade maiores, uma vez que parentes do ministro representam formalmente o projeto na disputa com o Iphan.
Segundo a publicação, em um documento anexado no processo administrativo que tramitou junto ao Iphan, a Porto Ladeira da Barra Empreendimento, empresa responsável pelo La Vue, nomeou como procuradores os advogados Igor Andrade Costa, Jayme Vieira Lima Filho e o estagiário Afrísio Vieira Lima Neto.
Jayme é primo de Geddel e sócio dele no restaurante Al Mare, em Salvador. Afrísio é filho do deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão de Geddel. A procuração foi assinada em 17 de maio de 2016, cinco dias depois de Geddel tomar posse como ministro. Ela não tem prazo de validade.
O jornal afirma que o documento possibilita aos advogados e ao estagiário "representar o outorgante [empreendimento La Vue], conjunta ou separadamente, perante o Iphan", dando poderes para "interpor recursos perante qualquer juízo, instância ou tribunal".
Igor Andrade Costa afirmou à Folha que foi o único advogado da Vieira Lima Filho Associados a atuar no processo junto ao Iphan. E nega que o ministro Geddel Vieira Lima tenha tido qualquer interferência no processo. O advogado também afirmou que o processo atualmente está nas mãos de outro escritório, em Brasília.
Já Geddel disse: "não tenho nada a ver com isso. Isso é um assunto do Jayme Vieira Lima, que é um profissional liberal", afirmou. Geddel ainda afirmou que não falaria mais sobre o assunto, que está sendo apurado pelo Conselho de Ética da Presidência. A reportagem enviou mensagens e deixou recados na caixa postal de Jayme, mas ele não retornou o contato.

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